Blumenau vai ter 9.159 jovens eleitores que nunca votaram num pleito municipal aqui na cidade e, sem dúvida, vão ter muita dificuldade para escolherem seus candidatos a prefeito e vereador.
Depois do primeiro dia de propaganda eleitoral no rádio e na TV das eleições municipais de 2020, ficou mais evidente que o atual sistema eleitoral para apresentar os candidatos a prefeito e vereador favorece muito quem já tem cargo eletivo e também os candidatos mais conhecidos.
Com programas de apenas 10 minutos, sendo que as coligações maiores têm o maior tempo e os vereadores sequer aparecerão, vimos que esses jovens terão que recorrer a muita pesquisa nas redes sociais para saber um pouco mais sobre os 12 candidatos a prefeito e os 369 candidatos a vereador, sendo obrigados a escolher um de cada lista ou optarem em votar em branco, nulo ou até a justificarem o voto, já que nessa eleição o eleitor pode fazer isso de forma online.
Para mim, neste primeiro dia de propaganda eleitoral, não tem nada que justifique os candidatos Wanderlei Laureth (Avante), Mário Kato (PCdoB) e Débora Arenhart (Cidadania) não enviarem as suas produções para serem veiculadas nos seus espaços, mesmo que curtos, para se apresentarem para o eleitor blumenauense, pois se optaram em ser candidatos tem a obrigação de, no mínimo, usarem esses espaços para se mostrarem para o eleitor.
Já os outros candidatos que apareceram não mostraram muito para empolgar o eleitor e esperamos que tenham melhores atuações nos próximos dias, pois com uma eleição muito curta, sem que o candidato possa fazer um corpo a corpo mais intenso por conta da pandemia, os programas de rádio e TV e também na internet é que podem fazer a diferença na hora da apuração dos votos.
João Paulo Kleinubing (DEM) e Mário Hildebrandt (Podemos) parecem mesmo que saíram na frente dos demais, mostrando propostas e falando um pouco do que já fizeram na cidade. Ricardo Alba (PSL) e Ana Paula Lima (PT) vieram com programas sentimentais, tentando pegar o eleitor pelo coração, mas esquecem que pode não haver tempo suficiente para essa estratégia. João Natel (PDT), dos que tinham mais tempo, foi o que mais decepcionou, pois apostou numa apresentação fraca com uma imagem que mais parecia uma entrevista na fila do SUS.
Ivan Naatz (PL) não falou de propostas, mas usou uma linguagem mais direta, sem rodeios, que de início pode ter chamado a atenção dos que assistiram. Georgia Faust (PSOL) e Odair Tramontin (Novo), até pelo pouquíssimo tempo que têm, fizeram o básico e se apresentaram, o que vai contar ponto para ambos no final. O lado injusto dessa eleição é o candidato Jairo Santos (PRTB), por conta da falta de representatividade na Câmara dos Deputados, não ter tempo algum no horário eleitoral.
Já no caso dos candidatos a vereador, vai ser muito difícil a vida dos novatos, pois além de aparecerem apenas uma vez no rádio e na TV, terão dificuldade de passarem suas propostas para o eleitor que acessa pouco a rede social e que não vai querer muito contato por conta da pandemia.
No mais, esperamos que, para as próximas eleições, essas distorções da lei eleitoral sejam mudadas e que todos os candidatos possam ter os mesmos tempos e os mesmos espaços, independente de partido ou coligação, caso contrário o sistema continuará beneficiando sempre os mesmos.