Depois de ser eleito para o cargo de vereador de Blumenau, em outubro de 2020, Emmanuel Tuca dos Santos, do partido Novo, divulgou na sua rede social que faria um processo seletivo aberto para os cargos de assessor de comunicação, assessor jurídico e estagiário, ficando para a escolha de Tuca apenas o cargo de chefe de gabinete, onde acabou chamando o também candidato a vereador do partido, Mike Moretti, que não se elegeu.
Os candidatos tinham que enviar via e-mail um vídeo currículo dizendo por que deveriam ser escolhidos para o cargo desejado. Os pré-requisitos eram a capacidade técnica e o alinhamento ideológico com o partido Novo, como o liberalismo, noções de economia e conhecer o estatuto do partido.
Para as três vagas, se inscreveram aproximadamente 100 candidatos, que passaram pela escolha curricular, uma prova escrita com questões objetivas e 3 questões discursivas e, finalmente, uma entrevista com um colegiado de cinco membros do partido.
Segundo o vereador Tuca, a prova escrita foi elaborada pela executiva municipal e nos mesmos moldes da escolha dos candidatos a vereador. Além do próprio vereador e de seu chefe de gabinete, fizeram parte do colegiado de escolha dos candidatos o presidente do Novo de Blumenau, Rafael Boskovic, o vice-presidente Adilson João de Souza e o secretário de finanças do partido, Adilson Brusque.
Depois de todo o processo de seleção, escolheram para o cargo de assessor de comunicação o jovem Pedro Eduardo, para o de assessor jurídico, o advogado Flavio Paganini e para o cargo de estagiário, o adolescente Enzo Prezoto. Até aí nada demais, mas um comunicador de um jornal local publicou na sua coluna que os escolhidos levaram vantagem na disputa por serem próximos de pessoas ligadas ao partido Novo.
Segundo ele, o estagiário é filho da candidata a vereadora do Novo, Natércia Dutra Prezoto, o assessor jurídico trabalhou na campanha de Mike Moretti em 2020 e o assessor de comunicação também é uma pessoa próxima do chefe de gabinete do vereador Emmanuel Tuca dos Santos.
Conversei com Mike Moretti e ele confirmou que essas informações eram verdadeiras, mas que isso não interferiu em nada no processo de seleção, pois tanto ele quanto o vereador só participaram da última fase do processo. Mike disse que outras pessoas ligadas ao Novo, como o marketeiro da campanha de Tuca dos Santos, também se candidataram, mas também não foram os escolhidas.
Para o vereador Tuca “querem desconstruir uma verdade. Nós implantamos um novo modelo de escolha e ele foi um processo limpo e justo”. Mesmo com pouco tempo de existência em Santa Catarina, o partido já conseguiu eleger o deputado federal Gilson Marques, o deputado estadual Bruno Souza, ganhou a prefeitura de Joinville com Adriano Silva e Rejane Gambin e em 2020 elegeu 9 vereadores, entre eles Emmanuel Tuca dos Santos. Em Blumenau, o partido Novo foi fundado no ano de 2020 e quase levou Odair Tramontin para o segundo turno, ficando em terceiro colocado na corrida eleitoral para prefeito da cidade.
Veja a nota enviada pelo vereador
Entendo que houve um equívoco por parte do Blog!
1) O Processo Seletivo (PS) foi conduzido com todo o rigor institucional que é uma tradição do partido NOVO. A escolha foi com base na performance dos candidatos em toda a sucessão das três etapas do processo. A primeira etapa aconteceu com o envio de vídeo e currículo, aqueles que apresentaram condições técnicas e o alinhamento necessário (conforme edital disponibilizado em: http://emmanueltucasantos.com.br/) foram aprovados. Na segunda etapa, foi aplicada uma rigorosa prova, os dois candidatos de cada vaga com maior nota avançaram para próxima etapa. Já na reta final, os remanescentes passaram por sabatina interna e uma entrevista.
Para o processo seletivo foi instaurado um comitê de avaliação responsável por conduzir os trabalhos, eu, na condição de vereador eleito, fui 01 (um) dos 05 (cinco) participantes deste comitê. A arquitetura do processo foi justamente desenhada para evitar possíveis excessos ou influência de minha parte na decisão final. Tanto é que 02 (dois) dos membros de gabinete conheci somente durante o processo.
2) Um colunista deste mesmo blog que noticiou a supracitada falácia participou do processo seletivo. Me ligou assim que foi lançado o edital, mostrando muito interesse, inclusive fez uma matéria sobre, para possivelmente tentar levar “vantagem”. Infelizmente o mesmo não avançou no processo por notável falta de alinhamento, mesmo com isso continuou insistindo na vaga depois da definição.
3) A matéria retrata completo desconhecimento sobre o perfil dos contratados. O estagiário, por exemplo, foi um destaque como vereador mirim, sendo presidente da casa, além de ser um dos poucos alunos de 15 anos à tirarem nota 1000 na redação do ENEM. Optamos por um estagiário de nível médio pois o vencimento (salário) é mais baixo, cumprindo a nossa agenda de economia do dinheiro dos pagadores de impostos. O Dr. Flávio, jovem advogado com apenas 23 anos, destaque no cenário jurídico local, está concluindo duas pós-graduações em direito civil & empresarial e em direito processual, além de ter domínio sobre direito constitucional e rito legislativo municipal.
Vimos agora essa duvidosa matéria tentando tirar o mérito da nossa metodologia de seleção que analisou critérios sólidos, onde a capacidade técnica e meritocracia foram decisivas, e não a influência, como é comum em outros gabinetes.
De todo modo, respeitando a liberdade de expressão que defendo com todas as minhas energias, estarei sempre à disposição para dar a devida transparência ao nosso mandato.
