Depois de se reunir com os prefeitos que integram a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), na tarde de domingo, 19, o prefeito Mário Hildebrandt, de Blumenau, fez reunião com a sua equipe de acompanhamento e combate a Covid-19 para também definir as novas regras que serão adotadas na cidade que serão anunciadas na manhã dessa segunda-feira, 20.

O consenso entre os prefeitos da Ammvi é que todas as cidades da região devam adotar medidas mais restritivas. Os prefeitos elaboraram uma minuta que foi o resultado de análise e discussões acerca dos dados relacionados ao risco potencial gravíssimo do Médio Vale do Itajaí, conforme matriz multiescalar territorial disponibilizada pelo Governo de Santa Catarina.

A coordenadora da Comissão Intergestores Regional (CIR), Márcia Adriana Cansian, secretária municipal de Saúde de Botuverá, explica que foram considerados também, para a tomada de decisão, o alerta expedido pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde de Santa Catarina (Coes) indicando a necessidade de ações de suspensão de atividades que promovam aglomeração de pessoas, como também as análises dos indicadores epidemiológicos da região, cujos dados apontam aumento substancial no número de casos confirmados e óbitos.

Desde março, quando iniciou o combate ao coronavírus, entidades públicas, privadas e entidades de classe tem feito campanhas de conscientização e orientação da necessidade de ficar em casa e só sair em casos de estrema necessidade, pois a cada dia, torna-se mais necessário o cuidado da população com as medidas de prevenção do contágio pelo novo coronavírus. Com isso, as prefeituras do Vale do Itajaí devem tomar novas medidas de isolamento social, atingindo algumas categorias que hoje estão liberadas.

Restrições definidas pela Ammvi

Segundo a entidade, cada prefeito tem autonomia para aplicar suas restrições conforme a realidade local, mas o documento propõe medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do novo coronavírus.

1. O documento sugere a suspensão da circulação de veículos de fretamento para transporte de pessoas, exceto nos casos expressamente autorizados pelo órgão responsável;

2. O funcionamento de academias, clubes sociais e afins, da realização de missas e cultos em igrejas ou templos e restrições para os serviços públicos não essenciais;

3. O horário do comércio de rua, que poderá funcionar de segunda à sexta, das 8h às 18h e aos sábados das 8h às 12h, seguindo todas as regras sanitárias;

4. As conveniências de postos de combustíveis e estabelecimentos comerciais em geral deverão encerrar as atividades às 23h. Já conveniências localizadas dentro de postos de combustíveis 24h poderão permanecer abertas apenas para pagamento de produtos, ficando vedado o consumo e a permanência no local;

5. Por prazo indeterminado, fica proibida a aglomeração de pessoas em qualquer ambiente. A realização de festas em residência com pessoas que não as moradoras do domicílio;

6. A permanência de pessoas e as práticas esportivas e culturais coletivas, amadoras ou profissionais, em espaços privados ou públicos;

7. O consumo de bebidas alcoólicas no interior e arredores das lojas de conveniências situadas nos postos de combustíveis;

8. As atividades em cinemas, teatros, museus e casas noturnas e a realização de eventos, shows e espetáculos que acarretam reunião de público;

9. O documento indica a obrigatoriedade de isolamento social de toda pessoa sintomática ou assintomática que se encontre em investigação ou tenha confirmada a contaminação pelo novo coronavírus;

10. Os velórios deverão ter duração máxima de seis horas, limitando-se a permanecer apenas 10 pessoas por vez na área interna da casa mortuária, mediante o uso de máscara;

11. A limitação de entrada em 30% da capacidade de público nos estabelecimentos que comercializam gêneros alimentícios;

12. Funcionamento de segunda a sexta-feira, até as 19h, de lanchonetes, cafeterias, padarias, confeitarias, bares, tabacarias, adegas e similares, após este horário e finais de semana somente delivery ou entrega no balcão;

13. Restaurantes deverão funcionar de segunda a sexta-feira até as 20h e, após este horário e durante o final de semana, deverão funcionar apenas por entrega delivery ou balcão;

14. Os municípios devem adotar medidas voltadas ao distanciamento social, trabalhadores idosos ou grupo de risco, refeitórios de empresas e fiscalização do cumprimento das ações;

15. É recomendado a suspensão, até 7 de setembro, das aulas presenciais nas unidades das redes pública e privada de ensino, municipal, estadual e federal, relacionadas à educação infantil, ensino fundamental, nível médio, educação de jovens e adultos, ensino técnico e ensino superior.

Alesc faz audiência com prefeitos de SC

Às 14 horas dessa segunda-feira, 20, a Comissão Especial criada na Assembléia Legislativa do Estado para acompanhar os gastos do estado no combate ao Covid-19 vai realizar uma audiência pública com os prefeitos das maiores cidades de Santa Catarina para discutir o planejamento do governo para o combate a pandemia nas cidades.

Participam dessa reunião o presidente da comissão especial, deputado estadual Marcos Vieira (PSDB), dos secretários Paulo Eli (Fazenda) e André Motta ribeiro (Saúde), do presidente da Fecam, Orildo Severgnini, deputados que integram a comissão, entidades ligadas a saúde e prefeitos dasw maiores cidades de SC, como Udo Döhler (Joinville), Gean Loureiro (Florianópolis), Adelina Dal Pont (São José), Clésio Salvaro (Criciúma), Volnei Morastoni (Itajaí), Luciano Bulligon (Chapecó), Joares Ponticelli (Tubarão), Mário Hildebrandt (Blumenau), Saulo Sperotto (Caçador) e Rogério Pacheco (Concórdia).

Para o presidente da comissão especial, a audiência servirá, também, para ouvir as queixas e esclarecer as dúvidas dos municípios sobre o enfrentamento da doença, cujos índices têm piorado muito nas últimas semanas.

“Temos recebido aqui na Assembléia muitas manifestações de prefeitos sobre a preocupação com a gestão da pandemia e a demora no recebimento de recursos do governo federal. O secretário Paulo Eli disse aqui na Alesc que não faltará dinheiro para o combate ao coronavírus. Mas então por que está faltando para remédios e instalação de leitos de UTI? Qual a origem dos recursos? Precisamos saber se o dinheiro doado pela Assembléia Legislativa, Justiça e outros órgãos foi aplicado e onde”, explicou Marcos Vieira.


Ainda não está no grupo de notícias do jornal no WhatsApp? Clique aqui e entre agora mesmo.

Você tem Telegram? O jornal tem um canal de informações lá. Clique aqui e participe.