Na tarde de quinta-feira, 18, o vereador Bruno Cunha (Cidadania), deu entrada em um projeto para mudar as regras das matérias que venham do executivo de forma urgentíssima, evitando a aprovação de leis sem que haja a devida análise dos vereadores, e não aceitando o chamado “tratorar”, tão usado no período em que Bruno esteve na presidência da casa neste mês de junho.

Se a nova determinação for aprovada, os projetos que chegarem em regime de urgência urgentíssima, serão obrigados a terem o protocolo de entrega de, no mínimo, 24 horas antes da sua aprovação na casa legislativa. Caso for uma questão absolutamente emergencial, ela pode ser aprovada antes dessas 24 horas, desde que seja de forma unânime, com o voto de todos os vereadores.

Para o vereador Bruno, o projeto é um marco importante para que se mude a lógica do projeto entrar na Câmara e, em dois minutos, ser aprovado sem a apreciação do legislativo municipal.

“É uma coisa que historicamente se discute e quando fui presidente da Câmara não permiti essa situação. Mesmo quando era da base do governo, eu me coloquei contrário a isso e inclusive tem uma fala minha na tribuna que diz que base aliada é diferente de base escrava. Eu acho que o mínimo de respeito ao parlamento é a gente ter essas discussões com alguma calma e por isso dei entrada com esse projeto”, afirmou.

O projeto precisava de cinco votos para tramitar nas comissões da Câmara de Blumenau e teve a aprovação do vereador Bruno Cunha, Cesar Cim, Gilson de Souza, Adriano Pereira e Aílton de Souza (Ito). Depois de passar pelas comissões para análise, ele irá ao plenário para ser votado, e se for aprovado, entrará em vigor automaticamente.

Além do vereador Bruno Cunha (Cidadania), assinam o projeto de resolução os vereadores Cesar João Cim (PDT) e Gilson de Sousa (Patriota).

Presidência para não esquecer

 

Foram apenas dez dias e três sessões como presidente da Câmara de Blumenau, mas foi tempo suficiente para que Bruno Cunha fosse chamado de inexperiente pelo prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) e sofresse discriminação não só pela idade, mas principalmente pela sua opção sexual.

Mas viu-se que Cunha não se abateu e com a união dos chamados “quatro mosqueteiros”, os vereadores Bruno Cunha, Gilson de Souza, Adriano Pereira e Ito de Souza conseguiram fazer frente a base aliada do prefeito, que hoje tem 11 vereadores.

O ponto alto desse embate foi o projeto de prorrogação dos concursos da prefeitura, onde Bruno Cunha não permitiu que ele fosse votado sem a devida análise, obrigando o prefeito Mário a transformá-lo em decreto para que valesse dentro do prazo.

Cunha usou o regimento interno da casa como cartilha para evitar novas investidas do governo, e com isso acabou se destacando no cenário político local, mostrando que, se muitos vereadores continuarem submissos a qualquer governo, podem não ter a aprovação do eleitor nas urnas nas eleições municipais desse ano.


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