Depois de aprovarem as sessões remotas na Câmara de Vereadores de Blumenau – no horário das 9h todas as terças e quintas-feiras – muita gente ficou indignada, pois entendem que os vereadores podem continuar a fazer as sessões no horário da tarde e ao vivo, mesmo de forma remota.

O projeto de resolução com as alterações foi aprovado na sessão de quinta-feira, 2, mas não de forma unânime, pois alguns vereadores informaram que vão continuar com suas equipes atendendo, de forma presencial, na própria Câmara de Vereadores.

Porém, houve um desconforto para o legislativo, já que o que foi colocado para a população foi que os vereadores escolheram a mudança de formato e horário das sessões por conta das eleições.

O presidente da casa, vereador Marcelo Lanzarin (Podemos), informou que as mudanças ocorreram porque, dentro da Câmara, já ocorreram 4 casos positivos de coronavírus, obrigando a presidência a contratar uma empresa para fazer a desinfecção do prédio na última semana de junho. Marcelo disse também que o trabalho remoto não é somente para os vereadores e que tudo já foi regulamentado anteriormente e ainda está valendo.

“Caberá a cada coordenador ou chefe de gabinete avaliar a possibilidade de trabalho remoto, considerando os grupos de risco. Também temos uma estagiária, que faz parte do grupo de risco por ser diabética, e está na UTI do Hospital Santo Antônio. A decisão foi tomada pela maioria como forma de prevenção, tendo em vista o aumento do número de casos em Blumenau e dos casos positivos da Câmara”, finalizou.

Os vereadores Gilson de Souza (Patriotas), Cesar Cim (PDT), Adriano Pereira (PT), Marcos da Rosa (DEM), Zeca Bombeiro (Solidariedade) e Ito de Souza (PL) foram contrários as mudanças, pois entendem que as sessões poderiam continuar de forma presencial e no horário das 15h, afastando apenas aqueles que acusarem positivo em testes de Covid-19 e também os funcionários de grupos de risco.

Alexandre Caminha (Solidariedade) votou favorável porque acredita que estas medidas vão diminuir a circulação de pessoas no prédio da Câmara de Vereadores. Ele diz que o problema não está somente nas pessoas que trabalham na casa, mas também os familiares de todos, pois ele tem a sogra de 74 anos que mora com ele e faz parte do grupo de risco, que pode ser contaminada se ele for infectado.

Já Sylvio Zimmermann (PSDB) vem desde junho solicitando que as sessões fossem remotas, pois depois do surgimento dos casos dentro da Câmara de Vereadores, proibiu seu chefe de gabinete, que é diabético, de se expor a riscos. Sylvio tem também um avô de 91 anos de idade e o irmão, com 42 anos de idade, que foram contaminados, sendo que o irmão esteve internado na UTI por mais de dez dias e voltou para casa somente no fim da semana passada.

O caso mais emblemático no legislativo de Blumenau é o do gabinete do vereador Oldemar Becker (DEM), que está desativado porque um de seus funcionários contraiu Covid-19, e, por precaução, os demais acabaram em quarentena.

O vereador Ito de Souza diz ter sido contra as sessões remotas porque tem receio que o executivo municipal vá “empurrar tudo de goela abaixo” projetos que poderiam ser discutidos no plenário, mas entende que há a necessidade pelo aumento de casos de coronavírus no prédio.

Para o vice-presidente da mesa diretora, vereador Bruno Cunha (Cidadania), o grande desafio é encontrar uma forma equilibrada de continuar as atividades, mas ao mesmo tempo preservando a saúde. “Fizemos algumas alterações no gabinete da Câmara para nos adaptarmos a nova realidade. Não temos acesso das pessoas no gabinete, os estagiários estão trabalhando de forma remota e em formato de rodízio e estamos usando a plataforma Zoom para fazermos as reuniões remotas. Estou evitando que as visitas aconteçam, pois as coisas estão mais perigosas do que a gente imagina e realmente acho que essas sessões em casa ou no gabinete são mais prudentes”, destacou.


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