“Uma barbaridade”: idosa desabafa após ser carregada escada acima em cadeira de rodas para votar em Blumenau

Carioca, Sulamerica fez questão de votar mesmo tendo mais de 70 anos

A falta de acessibilidade tem sido uma das principais reclamações das pessoas com deficiência que vieram até o Colégio Bom Jesus para votar em Blumenau neste domingo, 2.

Sulamerica Cipriani já completou 77 anos, mas fez questão de vir votar. “Vem de berço. Meus pais e avós eram assim. Sinto que vivemos um sistema muito esquisito, então quero votar” ressalta.

A idosa sofre de uma condição no sistema nervoso central que afeta a mobilidade das pernas. Por isso, está em uma cadeira de rodas.

Ao buscar pela sessão, ela descobriu que ficava no segundo andar. Sem acessibilidade no prédio, o filho dela foi até os mesários avaliar o que podia ser feito.

“Achei que iam me colocar pra votar em uma sala aqui embaixo, mas me carregaram escada acima e abaixo. Fiquei muito tensa e isso piora minha situação”, desabafa.

Carioca, ela veio morar em Santa Catarina após se casar com um catarinense. Apesar de se dividir entre os dois estados, gosta muito de Blumenau.

“É uma cidade mais calma. Nunca me aconteceu nada no Rio, mas aqui tem menos chances”, brinca. “E como operei aqui meus médicos estão em Blumenau”.

Indignada com a falta de um elevador em uma das principais escolas da cidade. “Uma barbaridade essa situação. Sorte que tem pessoas muito legais aqui que me ajudaram”, comenta.

Atualização 17/10 – 16h45:

Quinze dias após o ocorrido, a chefe de cartório da 3ª Zona Eleitoral, Ana Rosa Albiero da Silva, esteve na casa de Sulamerica para explicar o ocorrido. De acordo com a juíza da 3ª ZE, Cíntia Gonçalves Costi, a Justiça Eleitoral estava ciente do fato de a eleitora ser cadeirante, mas a informação não chegou ao colégio.

Após um pedido de desculpas, elas se comprometeram a possibilitar a acessibilidade no segundo turno. Além disso, ressaltaram que eleitores nunca devem ser carregados e que, em casos como este, a urna deve ser deslocada até o eleitor.

Confira a nota na íntegra:

A juíza da 3ª Zona Eleitoral (ZE) de Blumenau, Cíntia Gonçalves Costi, esclarece que o Colégio Bom Jesus, um dos locais de votação pertencentes à sua ZE, não teve qualquer responsabilidade quanto ao fato da seção de votação de uma eleitora com mobilidade reduzida estar alocada em um andar do prédio com acesso exclusivo por escadas. A juíza explica que a eleitora havia informado devidamente a Justiça Eleitoral sobre a sua necessidade e que, por um equívoco, não houve repasse da informação ao Colégio.

Em uma visita à eleitora nesta segunda-feira (17), a chefe de cartório da 3ª ZE, Ana Rosa Albiero da Silva, expressou um pedido de desculpas e garantiu que, para o 2º turno, a seção será deslocada para o andar térreo do Colégio, promovendo a acessibilidade.

Por fim, a Justiça Eleitoral observa que, na ocorrência de casos semelhantes ao de Blumenau, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, por uma questão de segurança pessoal, nunca devem ser carregadas por terceiros para ter acesso à seção eleitoral. Existe, inclusive, a possibilidade de deslocar a urna até o eleitor.


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