As sessões na Câmara de Vereadores de Blumenau só serão retomadas em fevereiro deste ano. Entretanto, a movimentação política no legislativo começou desde logo após o segundo turno das eleições, em novembro.

Após o pleito, teve-se a confirmação de que Alexandre Matias (PSDB) e Marcelo Lanzarin (Podemos), nomes mais próximos do prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), continuariam na casa. A partir daí, o prefeito começou a conversar com a sua suposta base, formada inicialmente por Matias e Lanzarin. Somaram-se a eles: Cristiane Loureiro (Podemos), Jovino Cardoso Neto (Solidariedade), Marcos da Rosa (Democratas), Maurício Goll (PSDB) e Egídio Beckhauser (Republicanos). O objetivo era garantir o comando da mesa diretora a partir de 2021.

A oposição também trabalhava nos bastidores. Com a interlocução iniciada pelo vereador Bruno Cunha (Cidadania), Gilson de Souza (Patriota), Ito de Souza (PL) e Adriano Pereira (PT) tentavam trazer para o seu lado os novatos Emmanuel Tuca dos Santos (Novo), Carlos “Alemão” Wagner (PSL), Silmara Miguel (PSD) e também o reeleito Almir Vieira (PP). Almir, que na legislatura passada votou com o governo, mostrou-se aberto para escutar uma nova proposta.

De uma hora para outra, tudo virou. O grupo do prefeito acabou perdendo o vereador Egídio Beckhauser para a oposição. Em contrapartida, por conta de interesses não realizados, acabou recebendo Gilson de Souza. A oposição acabou com oito vereadores enquanto o grupo do prefeito ficou com seis vereadores. Gilson, entretanto, já se mostra mais próximo do prefeito do que do grupo que conquistou o comando da casa.

O fato é que, em 2021, Egídio Beckhauser fica na presidência e em 2022 passa o bastão para Silmara Miguel. Por conta de acordos que os favoreceram, preferiram a independência a ficar sob a batuta de Mário Hildebrandt, que nos dois últimos anos sempre teve maioria na Câmara.

Quem tem proximidade com a política local sabe que Hildebrandt não é de aceitar uma derrota sem um contra ataque efetivo. Isso pode pesar durante os trabalhos dos dois novatos, principalmente de Egídio, que o prefeito dava como apoiador certo.

Obviamente a prefeitura terá que ter muito jogo de cintura para ver seus projetos passarem nas votações. Bruno Cunha, talvez o maior vitorioso nessa queda de braço entre situação e oposição, ainda estará à frente do grupo de oposição. O objetivo será não deixar que as premissas determinadas por eles (como a não interferência do executivo, a não troca de cargos por voto e principalmente aprovação de projetos em regime de urgência) voltem a ocorrer na Câmara.

Sabe-se desde já que a prefeitura vai assediar os vereadores que ela entende que podem trocar de lado. A meta é retomar o comando da casa, fazendo valer as determinações do prefeito que disse apoiar o legislativo independente em sua posse. Todavia, não gostou nada de ver um vereador que se elegeu na sua coligação, e que foi seu secretário, comandando a Câmara com os votos de desafetos políticos.

Já o vereador Gilson de Souza acabou saindo disso tudo magoado com o grupo do qual fazia parte. Ele se viu preterido pelos novatos e por outro vereador reeleito que não o queria vê-lo na presidência da mesa, assumindo um mandato solo nos próximos dois anos.

Para resumir, a legislatura 2021-2024 poderá ser uma das mais interessantes para se acompanhar, pois os novatos tomaram conta do campo. Agora, os experientes terão que mostrar trabalho para poderem continuar jogando. Caso contrário, as urnas em 2024 podem não dar a mesma resposta que foi dada em 2020.


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