Covid-19: vacinação reduz idade dos óbitos em Blumenau, mas jovens são afetados por variantes

Ao mesmo tempo em que menos idosos morrem, mais idades sofrem com agravamento da doença

Desde o início da vacinação contra Covid-19 em Blumenau, a idade média das vítimas da doença caiu nove anos. Se em janeiro o índice foi de mais de 69, em junho já diminuiu para 60. A queda, segundo os dados do estado, foi de 13%.

Ao mesmo tempo em que muitos idosos já estão imunizados, variantes do coronavírus têm comprovado serem mais graves nas populações mais jovens. Se até o ano passado a maior parte das mortes eram de pessoas mais velhas ou com doenças graves, a realidade já é outra nas últimas semanas.

Ainda nesse sábado, Daniel dos Anjos faleceu aos 32 anos. O músico blumenauense não tinha comorbidades e passou mais de 15 dias internado. Ele chegou a intubado e encaminhado à UTI, mas não resistiu.

Apesar de que apenas 16,8% da população blumenauense está vacinada com a segunda dose, a médica infectologista Sabrina Sabino afirma que a vacinação tem grande responsabilidade na redução desse número.

“Se analisarmos, quase todos hospitalizados não foram vacinados. A vacinação evita que a pessoa precise ser internada e acabe morrendo, mesmo com comorbidades. Quanto mais pessoas vacinadas, menor será a idade media”, analisa.

Em junho, 26 pessoas morreram. O número pode parecer pequeno, perto dos 81 óbitos de abril – e segue mais baixo do que os 38 de janeiro. Porém, quase metade deles tinha menos de 60 anos.

 

Nessa semana cinco casos da variante delta foram confirmados em Joinville. Entretanto, a infectologista acredita que as chances de a cepa já estar se espalhando em todo o estado é grande.

“Se ainda não há transmissão comunitária, quando passa de indivíduo para indivíduo, teremos em breve. Como não temos perfil genético para fazer a identificação facilmente, estamos aquém do restante do mundo. Especialmente da Europa”, explica.

Como os jovens são a maioria circulando nas ruas, já que idosos podem estar imunizados e têm mais chances de ficarem em casa e conviverem com menos pessoas, eles são os mais afetados por essas variantes mais transmissíveis.

“Só vamos conseguir sair dessa bola de neve quando ao menos 80% da população estiver vacinada. Caso contrário, o vírus vai se adaptar. Ele é inteligente e mutante. Não existe medicamento nem tratamento precoce eficazes. Apenas máscara no rosto e vacina no braço”, conclui.

Vacinação em Blumenau

Atualmente a cidade está vacinando pessoas com 35 anos ou mais. Além, é claro, dos grupos prioritários, como trabalhadores da indústria, lactantes, gestantes, puérperas, trabalhadores da educação e trabalhadores da saúde.

Desde janeiro, 61.349 blumenauenses já foram imunizados com a segunda dose. Ao todo, 157.843 moradores da cidade receberam ao menos a primeira dose. Os dados são do boletim de quinta-feira, 23.


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