Delegado descarta envolvimento de extremistas estrangeiros nos cartazes nazistas de Blumenau

Policial pedirá a prorrogação do inquérito iniciado um mês atrás para investigar ataques a advogado negro

O delegado Lucas Gomes de Almeida vai pedir a prorrogação do inquérito sobre cartazes que manifestam discurso de ódio em ruas de Blumenau. A investigação deveria ser concluída até esta quinta-feira, 26, mas deverá prosseguir por mais 30 dias. Além do caso relacionado ao advogado negro Marco Antônio André, no fim de setembro, a polícia recebeu novas denúncias esta semana e agora investiga também menções a um grupo radical ucraniano.

A perícia do primeiro caso, no fim de setembro, ainda não ficou pronta. O delegado solicitou a varredura de impressões digitais nos cartazes colados próximo à casa do advogado, na Ponta Aguda. Conforme Almeida, há suspeitos de envolvimento no caso, mas ainda faltam “provas robustas” para indiciar alguém.

O segundo caso foi registrado na segunda-feira, após uma equipe da NSC TV informar ao delegado que havia novos cartazes com discurso neonazista no Centro da cidade. Como os casos são semelhantes, foram adicionados ao inquérito. Neste segundo episódio, cartazes mencionam um grupo neonazista da Ucrância denominado Misanthropic Division, que teria ramificações no Brasil. Em dezembro do ano passado, a Polícia do Rio Grande do Sul fez uma operação contra supostos integrantes da organização criminosa no país.

O delegado Lucas Gomes de Almeida não acredita em envolvimento direto do grupo estrangeiro nas ações de Blumenau. Porém, o caso pode ser enquadrado no crime de apologia ao nazismo. A pena prevista é de até cinco anos de prisão, podendo ser elevada por mais três anos se for configurado como grupo criminoso.

“Só se apossaram do nome do grupo para atrapalhar as investigações. Não acredito que sejam do grupo”, afirmou.

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