Esposa de Adriano Pereira também sacou auxílio; valor já foi devolvido pelo vereador

Parlamentar relatou que descobriu situação ao comentar sobre o caso com Oldemar Becker

Poucas horas após O Município Blumenau divulgar que a esposa de um vereador de Blumenau havia sacado o auxílio emergencial, outro parlamentar da cidade veio a público para anunciar que sua companheira havia feito o mesmo.

Segundo Adriano Pereira (PT), ele só tomou conhecimento do fato quando chegou em casa e relatou a ela a situação que havia ocorrido com Oldemar Becker (DEM). Assim como o colega, Pereira já devolveu o valor ao Ministério da Cidadania.

“Quem me conhece e acompanha minha trajetória sabe como me posiciono e o que penso a respeito destas questões”, comentou em nota. Segundo ele, Marlei acreditou que se enquadrava no benefício por ser microempreendedora individual.

Seu trabalho, com atendimento de idosos, foi suspenso por conta da pandemia e ela não sabe quando voltará a atender. De acordo com o vereador, ela já teria passado um tempo desempregada no passado e teria sido incentivada por amigos.

Entretanto, por conta do salário de Pereira de cerca de R$ 11 mil, qualquer dependente dele perde o direito ao benefício. Além dos dois enteados, filhos de Marlei, o vereador também paga pensão para um filho.

“Foi um grave erro. […] Mesmo diante de tantas coisas não devia ter feito o cadastro, pois a gente ajuda tantas pessoas, sabemos que existem pessoas realmente em maior dificuldade”, explicou o vereador à esposa.

Confira a nota na íntegra:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

No último dia 23/06/2020, tomei conhecimento como toda população de Blumenau do episódio envolvendo o recebimento indevido do auxílio emergencial por familiares de um parlamentar, o que obviamente achei lamentável, e quem me conhece e acompanha minha trajetória sabe como me posiciono e o que penso a respeito destas questões, onde ao chegar em casa comentei com a minha companheira Marlei se ela tinha visto ou lido sobre o tal fato, e ela disse que sim, imediatamente a mesma começou a chorar, e eu, sem entender, questionei o que havia acontecido, e ela disse, eu cometi um erro muito grave, pensei, meu Deus, que erro? Na minha vida corrida TODOS os dias em prol do povo e da cidade quase não temos tempo para conversar muito sobre muitas coisas infelizmente, é o preço da vida pública, então pensei o que será?

Ela respondeu: “Acabei fazendo o tal cadastro ref ao tal auxilio, achando inicialmente que pela lógica se enquadrava nos quesitos, como MEI, cuidadora de idosos, no momento havia sido suspenso seu trabalho pela questão da pandemia, não saberia ao certo como iria ficar, se voltaria, se seria dispensada totalmente da prestação desse serviços, tempos atrás tinha ficado um longo período desempregada, achou que talvez nem desse certo o tal cadastro, e tinha pessoas que lhe diziam, você merece receber, você tem dois filhos, trabalha pra caramba, que no caso estes são meus enteados, meus filhos de coração, que graças a Deus tem uma mãe e padastro presentes em suas vidas, e falavam pra ela, tem quem não precisa você tem visto na imprensa e receberam, tem isso e aquilo, mais foram maus conselhos, péssimos conselhos, que não justificam em nada, mas se deixou levar sem pensar nas consequências, e tudo mais, foi um grave erro, não se enquadrava totalmente nos requisitos apenas pela questão da renda familiar obviamente, devido ao salário meu como vereador, citou o nosso filho mais velho que tinha perdido o emprego na ocasião em um restaurante, e também nem por isso se justificava, sem direito ao auxílio por ser ainda menor, e também pela questão da minha renda, e disse: mesmo diante de tantas coisas não devia ter feito o cadastro, pois a gente ajuda tantas pessoas, sabemos que existem pessoas realmente em maior dificuldade, e mesmo sendo talvez pesado só pra mim como vereador dar conta de tudo em alguns momentos, tínhamos que assim tocar o barco, pois também pago pensão para o meu filho, onde no total somos em cinco pessoas, enfim”

Choramos juntos e falei, poxa, isso não poderia ter acontecido, olha o que estão falando de quem cometeu esse erro, massacrando, como se errar não fosse humano, como se fosse algo sem perdão, ninguém quer saber de nada a não ser debulhar em críticas, mas nada que discutíssemos ou até brigássemos a respeito, mudaria o erro já cometido, ela pagou algumas contas pessoais, comprou algumas coisas em especial para os filhos, até ajudou algumas pessoas, mas foi errado, e disse na hora: “Vamos devolver esses valores imediatamente, pois cheguei afirmar, e disse pra ela que havia inclusive comentado que se isso ocorresse com alguém da minha família entre colegas de trabalho, que imediatamente teria que ser devolvido, era o mínimo, pois é o que acho correto, inclusive o que comentei sobre o caso do colega parlamentar, que teriam que devolver se era irregular, e assim foi feito, assim o fiz, conforme comprovante em anexo, devolvido ao governo para que possa ser disponibilizado a quem se enquadra nos requisitos do auxílio, sem mais e nem menos, em todos os quesitos. Pensei em fazer de outra forma, comprar em cestas básicas e doar, em várias possibilidades, mas poderia também ser julgado por alguns de querer fazer uso disso agora em ano eleitoral, e isso também não aprovo, por isso o certo foi o que fiz.

Sei que terá um grande uso político sobre esse erro contra mim, contra minha família, algo irreparável e já virão talvez alguns com todas as pedras possíveis nas mãos, já misturando questões partidárias, afinal é véspera de eleição, mas só posso pedir desculpas, por mim que não fui diretamente culpado, mas por ela, pois sei da minha consciência, da minha história de vida, trajetória até aqui, ficha limpa, trabalhador e honesto e não será esse episódio que mudará tudo isso, onde também é importante que ela, minha companheira, aprenda com esse grave erro, reparável, porque devolvi os valores imediatamente e que sirva como lição de vida, não só para ela, mas para todos os milhões de brasileiros que agiram de tal forma, irresponsável, onde como ser humano, torço por esse aprendizado, lamentando sim os reflexos diretos em minha vida pública ilibada sem nenhuma mancha até aqui, onde infelizmente sem erros muitas vezes não se aprende a fazer o certo, e espero nunca mais ver falhas como essa, seja em minha família e em todos as demais. Obviamente para continuar convivendo com ela terei que perdoar esse erro, e Deus nos ensina que perdoar é preciso embora seja uma das tarefas mais difíceis talvez em nossas vidas, e óbvio que esperamos que o povo embora ainda mais difícil possa fazer o mesmo, ninguém está livre de errar, de falhar, é fácil apontar o dedo mas quando fizemos isso três dedos da mão miram pra nós no mesmo instante, mas assumir é o mais importante, não negar, não passar a mão na cabeça, pois dizer EU ERREI, também não é tarefa fácil para muitos, e se eu me posiciono muitas vezes contra o que vejo de errado não podíamos agora agir diferente, pensar diferente, pelo contrário, erguer a cabeça, corrigir, por isso a imediata devolução sem questionar uma vírgula, e aprender, pois nessa vida todo dia estamos aprendendo, muitas vezes com quedas e fatos que nos machucam muito, destroem muitas vezes, mas atire a primeira pedra já dizia Jesus que não tiver pecado, e disse mais: levante-te e siga, teus pecados estão perdoados, busque não pecar mais.

Atenciosamente,

Adriano Pereira


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