Na abertura da Feira Brasileira da Cerveja, que acontece dentro da programação do Festival Brasileiro da Cerveja, ficou claro que a terceira edição desse encontro entre expositores da indústria cervejeira está marcada pela internacionalização. Expandir essa característica é um desejo manifestado pelos organizadores.

Esse é o primeiro ano em que uma empresa de fora, a promotora de eventos alemã NürenbergMesse, trouxe dez expositores internacionais. No total são 81 empresas brasileiras e estrangeiras. Cada passo pelos corredores que dão acesso aos estandes traz uma nova experiência: o cheiro de cerveja, de comida, pessoas falando em inglês aqui, espanhol ali… E muitos equipamentos.

Há de tudo. Desde robôs, tanques enormes até cereais, garrafas e copos. Todos os aparelhos e utensílios necessários para criar uma cervejaria do zero. Apesar disso, esse não é o objetivo do evento. Quem paga R$ 20 para entrar no local quer ver as opções de mercado para levar inovação para o próprio negócio ou pela simples curiosidade em saber qual o processo para criar a bebida.

Bianca Bertoli

É o caso de Oscar de Palacios e Mirna Ribeiro, que vieram do Rio Grande do Sul para o Festival e aproveitaram para conhecer a feira. No corredor ao lado, o empresário Eduardo Soares, dono de uma cervejaria de Joinville, sondava os preços de centrífugas de filtração.

“Estou estudando o investimento, mas a gente vem principalmente para fazer contato com produtores, trocar experiências e vê o que há de mais inovador no mercado”, explica o empreendedor.

Bianca Bertoli

Crescimento externo e interno

Segundo o diretor de eventos do Parque Vila Germânica, Luiz Koerich, a área total de espaço ocupado pela feira dentro Setor 3 da Vila Germânica aumentou mais de 60% em relação ao ano passado. Esse crescimento é estimulado pela presença estrangeira, mas também por uma maior participação local.

Pela primeira vez no evento, o Sindicato Patronal das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico (Simmeb) de Blumenau trouxe 14 empresas expositoras. Os empresários de Blumenau e Pomerode fazem parte de um grupo de 40 instituições que, junto com Gaspar, fizeram capacitação e visitaram a Feira Internacional da Cerveja em São Paulo, no ano passado, em busca de conhecimento.

Eles buscaram soluções e inovações, e vendem equipamentos desde o ano passado principalmente para microempresas. Apesar de novas no mercado, as indústrias esperam trazer mais esse reconhecimento para Blumenau: ser referência não só na fabricação da cerveja propriamente dita, mas também na parafernalha usada na produção.

“Eu acho que talvez nosso nicho seja exatamente esse, temos que focar nas pequenas cervejarias e competir diretamente com Rio Grande do Sul e São Paulo, por exemplo, que hoje atendem nossa região”, prospecta o diretor executivo da Simmeb, Maurício Ross.

Para Ross, as chances de crescimentos são grandes, já que ter um fornecedor local facilita a rotina das cervejarias, que não precisariam esperar uma peça de outro estado para resolver algum problema na produção. Aos poucos, eles já conquistaram algumas empresas locais.

Entre expectativas, novidades e nomes internacionais, a feira ocorre até sexta-feira, 10, um dia antes do fim do Festival.