Gincana Cidade de Blumenau: saiba como os gincaneiros transformam o município por meio de ações sociais

Promover ações beneficentes é uma das principais características da GCB

Uma das maiores características da Gincana Cidade de Blumenau (GCB) são as ações beneficentes promovidas pelos integrantes. A competição conta com provas de cunho filantrópico, que são anualmente responsáveis por arrecadar donativos para as instituições da região.

Gincaneiros com as arrecadações de donativos. Foto: Arquivo pessoal.

As provas sociais

A GCB acontece sempre em um fim de semana próximo ao aniversário de Blumenau, no dia 2 de setembro. Porém, nos meses antecedentes, as equipes trabalham para cumprir as provas sociais. Tais desafios são característicos da gincana, uma vez que um dos objetivos da competição é ajudar no desenvolvimento do município.

As provas sociais mais comuns são as de alimentos não perecíveis e produtos de higiene e limpeza, em que os participantes normalmente ficam em mercados da cidade para arrecadar os donativos, além da tradicional prova de doação de sangue.

Gincaneiros doando sangue ao Hemosc. Foto: Arquivo pessoal.

De acordo com o criador da GCB, Fabrício Wolff, os organizadores não querem deixar a competição previsível, por isso, sempre procuram modificar e inovar as provas. “Tudo que você pode imaginar de ações beneficentes e de doações nós fizemos”, afirma ele.

Fabrício conta que em 1995, no terceiro ano da gincana, houve uma prova diferente, em que o intuito era juntar materiais de construção para ajudar famílias carentes a construírem uma casa. A equipe que trouxesse mais tijolos e cargas de areia vencia o desafio.

Gincaneiros organizando donativos em 1993. Foto: Arquivo pessoal.

Gincana na pandemia

Em 2020 e 2021 a gincana não foi realizada por conta da pandemia de Covid-19. No entanto, as ações sociais se mantiveram, ainda que de maneira adaptada.

Para conseguirem arrecadar alimentos não perecíveis e itens de higiene pessoal, foi realizado um Drive-Thru Solidário em vários pontos da cidade. Neste modelo, as pessoas não precisavam sair do carro para fazer as doações e evitavam aglomerações.

Resultados

Até o ano de 2019, as edições da gincana arrecadaram cerca de 220 toneladas de alimento, 70 mil produtos de higiene e limpeza, 700 mil peças de roupas, nove mil livros, quase 150 mil brinquedos e mais de 43 mil doações de sangue para o Hemosc.

Doações arrecadadas pela GCB em 2011. Foto: Arquivo pessoal.

Em 2020, ainda que não houvesse competição, as equipes entregaram mais de três toneladas de alimentos à Defesa Civil, que destinou às famílias necessitadas no período pandêmico. No ano de 2021, 1.497 kg de alimentos e 113 itens de higiene e limpeza foram arrecadados, além de 238 doações de sangue para o Hemosc.

Em 2022, até o momento, foram arrecadados 7.171 peças de vestuário, referentes à prova de doação de roupas deste ano, além da prova de doação de sangue que está em curso.

Alimentos arrecadados pelos gincaneiros. Foto: Arquivo pessoal.

Recorde em doações de sangue

No ano de 2018 um recorde foi alcançado, a GCB totalizou 377 doações de sangue destinadas ao Hemosc.

“É uma realização ter contribuído tantos anos com uma gincana tão grande e com um caráter social tão forte. A GCB mobiliza e ajuda muitas famílias, associações e animais de Blumenau”, relata André Mrozkowski, que fez parte da Comissão de Provas da GCB por mais de 20 anos.

Gincaneiros em campanha pela doação de sangue. Foto: Arquivo pessoal.

O voluntariado

Apesar da competição motivar os participantes, as ações sociais não são feitas apenas para cumprir as provas. O voluntariado está presente cotidianamente na vida dos gincaneiros. Por isso, costumam contribuir com a cidade sempre que possível, mesmo que isso não acumule pontos na competição.

Algumas equipes costumam visitar asilos e fazer ações de Natal e Dia das Crianças em comunidades carentes ou associações. Os integrantes também já realizaram revitalizações em praças e escolas. Em 2016, por exemplo, determinadas equipes se juntaram para revitalizar a área de lazer do Centro de Educação Infantil (CEI) Edgar Sasse, localizado no bairro Fortaleza.

Além disso, os gincaneiros costumam fazer arrecadações para a campanha do agasalho, participam de pedágios em prol de diferentes entidades e trabalham no projeto “Tampinhas do Bem”, em que o intuito é juntar a maior quantidade de lacres possível, para revertê-los em ração para os abrigos de animais.

Lacres arrecadados pelos gincaneiros. Foto: Arquivo pessoal.

Organizações beneficiadas

Com essas ações, a GCB já ajudou diversas organizações filantrópicas de Blumenau, dentre elas: Sorrir Para Down; Sítio Dona Lúcia; Abada (Associação Blumenauense de amigos dos Deficiente Auditivos; Casa São Simeão; Casa de Acolhida São Felipe Néri; Apeb (Associação Pedagógica Eurípedes Barsanulfo); Apae; Lar Bethel; Asilo Amor à Vida; Cozinha Comunitária Bom Pastor; Caridade sem Fronteiras; Abludef (Associação Blumenauense de Deficientes Físicos); Rede Feminina de Combate ao Câncer e AAPPM (Associação de Amigos, Pais, e Portadores de Mielomeningocele); e muitas outras.

Gincaneiros participando de um pedágio. Foto: Arquivo pessoal.

Gincaneiros na tragédia de 2008

Para o ex integrante da Comissão de Provas, André Mrozkowski, o trabalho voluntário que os gincaneiros fizeram durante a tragédia de 2008 foi uma das ações mais marcantes da GCB, sendo motivo de orgulho até os dias atuais.

Ele conta que as equipes se uniram e fizeram uma grande força tarefa para ajudar a cidade. Em algumas horas, conseguiram arrecadar uma grande quantidade de água mineral e alimentos para as famílias desabrigadas.

Equipes da GCB ajudando na arrecadação e organização dos donativos durante a enchente de 2008. Foto: Arquivo pessoal.

Além disso, segundo André, a prefeitura estava sem caminhões para realizar o deslocamento da população afetada para um abrigo no Garcia e os integrantes que tinham caminhões de trilha se prontificaram para ajudar.

“Tenho muito orgulho da participação dos gincaneiros na enchente de 2008, foi uma coisa verdadeiramente emocionante. Não valia ponto nenhum, as equipes foram voluntariamente e mostraram para o município que não estão aqui apenas para cumprir provas, mas sim para de fato ajudar a cidade”, afirma André.

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