A justiça indeferiu o pedido de prisão preventiva do fiscal da prefeitura de Blumenau suspeito de corrupção. Jeanderson Santos, de 38 anos, chegou a ser preso em flagrante em agosto deste ano, no bairro Nova Esperança. Ele teria pedido propina para não embargar a obra de construção de uma residência.

O juiz da 2ª vara criminal de Blumenau, Frederico Andrade Siegel, também negou o pedido da Polícia Civil de afastamento de outros três fiscais da prefeitura que estariam envolvidos no esquema de corrupção. A justificativa, segundo ele, é de que “não há evidência de que os representados façam da prática de crimes contra a administração um meio de vida, até mesmo porque a maioria dos fatos ocorreram há mais de dois anos”.

Segundo o denunciante, Jeanderson teria visitado a obra pelo menos duas vezes. Na primeira, em abril deste ano, ele fez a exigência de R$ 700 para não embargar a construção. Na segunda, em agosto, ele teria pedido mais R$ 300. O próprio dono da casa deu voz de prisão ao servidor público e acionou a polícia. Mas, no dia seguinte, ele foi liberado na audiência de custódia.

As denúncias contra a “máfia dos fiscais” da prefeitura partiram do vereador Ito de Souza (PL), que chegou a denunciar a situação no legislativo. O inquérito policial ficou a cargo do delegado Lucas Gomes de Almeida. Em menos de dois meses, a polícia conseguiu videos, áudios e outros tipos de provas. Entre elas, uma gravação onde Jeanderson negociava a quantia de R$ 1 mil para não multar um morador do bairro Ponta Aguda.

Um dos fiscais envolvidos, Carlos Alberto Gonçalves, que era gerente da Faema, chegou a ser condenado a 4 anos e quatro meses de prisão. A notícia de que os outros servidores suspeitos não serão afastados pegou de surpresa os agentes de polícia.

Segundo o delegado Lucas Gomes de Almeida, essa manifestação não impede denúncia e uma eventual condenação no futuro dos envolvidos. “Apesar da justiça ter indeferido os pedidos, isso não impede que a prefeitura de Blumenau também afaste os servidores com base em todos os elementos que foram colhidos no inquérito policial”, salienta o delegado.