MP pede arquivamento de denúncia contra professores indiciados por assédio sexual

Promotoras do Ministério Público de Blumenau entenderam que a jovem de 16 anos não teria sido constrangida ou obrigada a ir à casa dos docentes

O Ministério Público pediu o arquivamento do caso dos dois professores que foram afastados das funções após denúncias de envolvimento sexual com adolescentes. Eles foram indiciados por assédio sexual pela Polícia Civil, mas após ser enviado ao Ministério Público, as promotoras Luciana Schaefer Filomeno e Deize Mari Oechsler, da 1ª e 10ª Comarcas de Blumenau, entenderam que a garota de 16 anos não teria sido constrangida ou obrigada a ir à casa dos docentes.

A direção da Escola de Educação Básica Luiz Delfino, no Centro da cidade, afastou na terça-feira, 10 de abril, dois professores. Familiares de uma aluna de 16 anos procuraram a instituição alegando que a menina estaria sendo abusada. Os homens têm 47 e 54 anos de idade.

Agora, cabe à Justiça decidir se aceita ou não o pedido da promotoria. A expectativa é que o resultado saia até o final da próxima semana. Se não aceitar, os arquivos voltam ao Ministério Público.

O Ministério Público também pediu à Secretaria de Educação a abertura de um processo administrativo para avaliar a conduta dos docentes. O Gerente Regional de Educação da ADR Blumenau, Eliomar Russi afirmou que uma sindicância foi aberta e o prazo para solucionar o caso é de 60 dias. O secretário de Estado de Educação, Eduardo Deschamps, instaurou uma comissão para apurar a conduta dos dois profissionais.

Relembre o caso

No dia 30 de março, a namorada do professor de 47 anos teria procurado a família da adolescente e relatado que, no dia anterior, o havia flagrado mantendo relações com a menina dentro da casa dele.

Os familiares mostraram à escola cópias de mensagens de WhatsApp enviadas pelo professor flagrado com a garota. Nelas, ele admite que os dois mantinham uma relação em segredo. A reportagem teve acesso às mensagens e ao boletim de ocorrência registrado pela família na delegacia de Polícia Civil.

O professor admitiu à reportagem que manteve relacionamento com a garota, mas garante que tudo foi consensual.

Pressionada pelos familiares, a aluna teria relatado abusos cometidos também por um segundo professor, ao longo de 2017, quando ela tinha 15 anos de idade. Segundo o relato do boletim de ocorrência, o professor de 54 anos a assediava pelo WhatsApp. A adolescente teria mostrado as mensagens à mulher dele, que também é professora. Mesmo assim, os contatos continuaram. No fim do ano, os dois acabaram tendo relações por três vezes, segundo a menina disse aos pais.

De acordo com a escola, uma segunda denúncia de abuso contra um dos professores surgiu depois de o caso vir à tona. Segundo o diretor, Mauro Medeiros, as denúncias foram analisadas em uma reunião com a equipe pedagógica e a Associação de Pais e Professores. Os documentos reunidos foram enviados à Gerência Regional de Educação. Os dois professores são profissionais de carreira, que trabalham na Luiz Delfino há mais de 15 anos.

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