Museu de Hábitos e Costumes corre o risco de fechar se casarão da XV não for recuperado
Em coletiva feita na manhã desta segunda-feira, prefeito Mário Hildebrandt explica os riscos para a estrutura
O prefeito Mário Hildebrandt organizou uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira, 14, para discutir a possibilidade de fechar o Museu de Hábitos e Costumes temporariamente. A medida terá de ser tomada caso o proprietário do casarão da rua XV de Novembro não cumpra a liminar que o obriga a recuperar o imóvel, que é vizinho do museu.
A segurança dos prédios que dividem parede com o casarão está sendo discutida há anos. A reforma é solicitada pela prefeitura desde 2016, porém a estrutura continua colocando a Câmara de Vereadores e o Museu de Hábitos e Costumes em risco. Para Mário Hildebrandt, a prioridade é o acervo do museu.
“Não que estejamos negligenciando o prédio, mas o prédio você restaura e reconstrói, já o acervo você não recupera mais. São peças históricas de grande valia para a cidade, para nossa história e para nossa tradição”, explica o prefeito.
Além disso, o prédio do museu faz parte do centro histórico da cidade. A Câmara de Vereadores, vizinha da parede oposta do casarão, também contém um acervo histórico importante que é colocado em risco.
Para garantir a segurança do acervo do museu, a Defesa Civil e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano farão uma nova avaliação do risco de danos à estrutura. Caso seja comprovado que ele é muito alto, os materiais serão retirados e guardados em segurança – porém longe da exposição ao público. A maior preocupação é a de as paredes ruírem pela gravidade das infiltrações no imóvel abandonado ou que ocorra um incêndio que se espalhe para os prédios vizinhos.
Batalha judicial
Os advogados da empresa proprietária, a TJPM Factoring e Participações Ltda, dizem que ele ainda não foi notificado. A empresa já vem tentando reverter o tombamento do imóvel há anos, para possibilitar a derrubada do prédio. Outra ação, impetrada pelo Ministério Público em 2008, tenta obrigar os proprietários a recuperar o casarão.
Mário Hildebrandt explica que a liminar foi concedida para tornar esta imposição imediata. De acordo com o prefeito, a multa diária caso o proprietário se recuse a cumprir a ordem é de R$ 10 mil. “Com a notificação da empresa, esperamos que essa ação aconteça o quanto antes para que possamos de fato resolver este problema e cuidar do nosso patrimônio”, defende.