Professor investigado por apoiar ataque em creche de Blumenau afirmou ter sido “mal interpretado”

Ele segue sendo investigado por homofobia e racismo

A Polícia Civil encerrou nesta segunda-feira, 8, a investigação contra o professor de Joinville suspeito de apoiar o ataque no CEI Cantinho Bom Pastor, em Blumenau. Segundo o delegado Vinicius Ferreira, responsável pelo caso, o professor se limitou a dizer que foi mal interpretado e as falas foram tiradas de contexto pelos alunos.

A investigação concluiu que o professor cometeu o crime de apologia ao crime ou criminoso. O termo circunstanciado segue para análise do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC).

Há também a possibilidade que o professor responsa perante o Tribunal do Júri pelo crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, ou a automutilação de vítima menor de idade pelas falas em sala de aula.

Ainda conforme o delegado, durante as investigações, foram ouvidas testemunhas que trabalham no local como professores, a diretoria e o administrativo. O procedimento foi necessário para entender como a escola agiu ao saber da denúncia. Os pais dos alunos também foram ouvidos.

O professor foi substituído e as aulas voltaram ao normal, o que ajuda com que a investigação ocorra sem interferências.

Professor já era investigado por homofobia e racismo

O professor de Joinville afastado do trabalho após ser acusado por alunos de apoiar o ataque a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, já era investigado por homofobia e racismo. A investigação segue em andamento na DPCAMI – Delegacia de Proteção ao Adolescente.

Em maio do ano passado, o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) recebeu um pedido para que a conduta do professor fosse investigada. A denúncia dizia que ele teria comportamento inadequado, agindo com preconceito contra os alunos negros e de forma homofóbica com outros estudantes.

Ainda afirmava que teria um boletim de ocorrência registrado contra ele, por incitação a violência contra a mulher, por uma situação que teria ocorrido em sala de aula contra uma professora da escola. Conforme a denúncia, ele teria dito “essa se fosse minha mulher ia apanhar para aprender a falar baixo e não gritar”.

As denúncias dizem respeito às condutas na Escola de Educação Básica Professora Nair da Silva Pinheira. A Escola de Educação Básica Dr. George Keller, de onde surgiu a denúncia sobre o apoio ao ataque, também é citada no documento. O denunciante diz que o professor teria o mesmo comportamento na unidade.

No mesmo mês, o MP-SC evoluiu a notícia crime para notícia de fato criminal e pediu à Polícia Civil a abertura de um inquérito policial.

Em junho o inquérito policial foi instaurado e a notícia de fato foi remetida ao arquivo no MP-SC, não tendo mais atualizações desde o dia 1º de julho de 2022.

Relembre o caso

Alunos da Escola de Educação Básica Dr. Georgi Keller, em Joinville, denunciaram um professor por apoiar o ataque no Cantinho Bom Pastor, onde quatro crianças foram assassinadas em 5 de abril deste ano.

Um vídeo gravado na sala de aula circula nas redes sociais. É possível ouvir o professor falando que “matava uns 15,20” e diz em seguida que entraria com dois facões, “um em cada mão e ‘pá’”.

A Justiça de Santa Catarina decidiu, em 9 de abril, afastar o professor da escola. Além do afastamento, o poder judiciário obrigou que o professor mantenha distância de qualquer unidade escolar, além de proibir o contato dele com qualquer aluno ou testemunha do caso.

O professor também tem que usar tornozeleira eletrônica, cujo objetivo é manter a regularidade das atividades escolares em Joinville sem qualquer exposição de alunos ou professores.

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) negou dois pedidos do professor durante as investigações. Ele solicitou à Justiça que seu processo corra em segredo de Justiça. Ele alegou que vem sofrendo ameaças nas redes sociais.

Porém, a Justiça entende que o caso não cumpre os critérios para entrar em segredo de Justiça. Ainda, o professor não teria apresentado provas de que vem sendo ameaçado.

Outro pedido do professor foi para que ele não precisasse mais usar a tornozeleira eletrônica. Ainda no mesmo pedido, ele pediu a redução da distância que deve manter de unidades escolares e alunos. O professor queria a redução de 50 metros para 5.

Neste caso, a Justiça entende que ainda é necessária a fiscalização e controle das atividades do professor, já que ele é investigado por apologia e eventual prática de atos similares aos ocorridos em Blumenau.

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