Professora blumenauense participará de uma das mais tradicionais maratonas do mundo, nos EUA

Ana Paula conquistou a classificação para a Maratona de Boston, mas ainda tem obstáculo financeiro

A blumenauense Ana Paula Martins Flôres está muito perto de realizar um sonho como atleta amadora. Após sete anos praticando atletismo, ela está na expectativa de participar da Maratona de Boston, uma das maiores e mais importantes competições do mundo na modalidade.

Professora de ensino fundamental, ela começou a correr em 2014, porque precisava e queria praticar alguma atividade física regular, e que pudesse encaixar na sua rotina diária. Foram vários anos praticando até que em 2017 ela fez a primeira maratona, em Florianópolis.

“Eu queria completar meus 42 anos de vida, correndo 42 km. Eu tinha ganhado um livro de um aluno que contava a história de um cara que tinha feito isso. E pensei: quero viver isso! Ajustamos o objetivo para aquele ano e deu certo. A primeira maratona marca a vida de um corredor. É um divisor de águas. Para alguns é uma vez na vida para saber como é. Para mim foi: quero viver isso pra sempre”, relatou.

Arquivo pessoal

Completamente apaixonada pelo esporte, Ana Paula não parou mais. Continuou treinando, evoluindo e em busca de novos desafios. E uma delas se tornou uma meta na vida esportiva – ou um sonho como ela mesmo afirma. A classificação para a Maratona de Boston.

A competição é uma das tradicionais e antigas competições da modalidade, existindo há 120 anos. São 42,195km entre as cidades de Hopkinton e Boston, em Massachussetts, nos Estados Unidos.

Neste ano, a prova será realizada  no dia 17 de abril, no Dia do Patriota, feriado nacional no país. E para conseguir participar, é preciso alcançar um índice mínimo, dependendo da faixa etária e categoria do atleta.

Com os treinos definidos e junto do treinador, Ana Paula alcançou pela primeira vez o índice em 2019. Porém, como tinha uma folga pequena de tempo, acabou não conseguindo a vaga naquele ano. Depois, veio 2020 e a pandemia de Covid-19. Mais uma vez ela teve que adiar o sonho e continuar treinando, contando que ainda conseguiria a classificação.

“Correr maratonas me ensina a ser forte, resiliente. Me ensina a ser persistente e a encontrar a força que eu não imaginava ter. A maratona me faz encontrar a minha melhor versão. Tive lesões no joelho e no pé. Foi necessário um tempo sem correr, que é o mais difícil, acompanhamento com ortopedista e retorno gradual aos treinos. Quando estamos dentro da situação é muito difícil. Mas, quando conseguimos superar é maravilhoso. Porque o que faz falta é correr”, relata a atleta.

E o resultado veio no ano passado, mais uma vez em uma maratona em Florianópolis, como a primeira lá em 2017. Em baixo de muito vento, chuva e sol, ela conquistou o tempo de 3 horas e 37 minutos, 13 abaixo do índice necessário – 3 horas e 50 minutos.

“Boston será a maior prova que já participei. É uma das Six Majors Marathons, junto com Chicago, Nova Iorque, Berlim, Tóquio e Londres. Além disso, é a mais disputada e difícil. É considerada a Grécia dos corredores. Não basta querer, tem que conquistar o direito de estar naquela largada”, afirma orgulhosa.

Rifa para custear o sonho

Apesar de ter conquistado a classificação para a maratona, ainda há um obstaculo que separa Ana Paula do sonho: o financeiro. Com custos altos de viagem e da própria maratona, ela resolveu fazer uma rifa, sorteando prêmios que ganhou de amigos que estão a apoiando.

Cada número custa R$ 10. A rifa é online e pode ser acessada por este link, onde estão as regras, prêmios e data de sorteio.

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