Hellmuth Gropp presente entre os Jägers da fotografia da capa, foi um dos filhos do pioneiro da Colônia Blumenau Emil Rudolph Julius Gropp, que construiu a edificação enxaimel Gropp – episódio anterior – dessa coluna – e, irmão de Richard Gropp que construiu a Casa Viana em 1913, também tema de um dos episódios da coluna.
O que seria Jägers?
Blumenau teve seu Batalhão de Caçadores – Jägers (em alemão). O termo Caçador não tem ligação com a prática da caça. O Caçador é uma espécie de soldado de Cavalaria ou Infantaria Rápida existente nas Forças Armadas, não somente do Brasil, mas de alguns países, inclusive da Alemanha. Existiam vários tipos de Caçadores, como: caçadores a pé, a cavalo, de montanha e mais atual, pára-quedistas.
O termo Caçador foi usado nos exércitos de países, como: Portugal, Brasil, Alemanha, Áustria, França, Bélgica, Espanha, Argentina, Suécia e Romênia.
Antes de surgirem os Caçadores, existiam os Arqueiros e Besteiros medievais, que usavam as suas armas na caça de animais, em tempo de paz, como as usavam em combate, em tempo de guerra.
As primeiras tropas designadas Caçadores – Jägers – surgiram no Landgrave de Hesse-Kassel e em outros estados da Alemanha, ainda na primeira metade do século XVII. Um pouco antes de acontecer a imigração para o Sul do Brasil. Os Jägers inicialmente eram recrutados entre os caçadores, guardas florestais e guardas-caça, que se incorporavam usando suas próprias armas de caça, as quais consistiam, normalmente, em carabinas de cano de alma estriada de grande precisão de tiro.
Estas tropas eram usadas como batedores, mensageiros e infiltrados dentro das alas principais das tropas. Como eram proprietários de suas próprias armas, mantinham-se sempre em prontidão, podendo desempenhar um papel importante, como milícia defensiva capaz de fazer imediatamente, face a um momento de insegurança na comunidade e manter o controle e a ordem, até a chegada das tropas regulares que formariam o grosso do exército.
Também poderiam atuar como núcleos de tropas de guerrilha contra um invasor, em caso da ocupação do território. Além de hábeis atiradores, os Jägers eram também, capazes de manter e reparar as suas carabinas estriadas.
Até os dias atuais existe o Batalhão de Caçadores no exército de vários países.
Na Colônia Blumenau…
Blumenau também teve seu Batalhão de Caçadores. Em 4 de janeiro de 1908, um ano antes do jornalista, poeta, compositor, cantor, tradutor e professor Rudolf Damm e também um membro Batalhão de Caçadores de Blumenau, idealizar e formar o que seria o embrião do Coro Masculino Liederkranz no ambiente da Confeitaria Katz, foi criada a Lei N°1860 autorizando o alistamento de voluntários para a formação de um exército local.
O Batalhão de Caçadores da Colônia Blumenau imediatamente foi propagado na região. Apresentaram-se 28 voluntários, que foram incorporados ao Batalhão de Manobras – em ordem no dia 23 de outubro de 1909, após sua aprovação mediante exames, inclusive, exames de saúde.
Os primeiros Voluntários de Batalhão de Caçadores de Blumenau foram:
- João Frederico Gustavo Feddersen (Filho de Peter Christian Feddersen e Ella Guthe) 1886 – __;
- Max Feddersen (Filho de Peter Christian Feddersen e Ella Guthe) 1888-1972;
- Heinrich Luis Oswald Hindelmeyer (Filho de Georg Hindelmeyer e Marie Frick) 1887-1931;
- Reinold Liesenberg;
- Johann Carl Wilhem Liesenberg (Filho de Eduard Liesenberg e Auguste Müller) 1869-1917;
- Luiz F. Rischbieter (Filho de *Karl F. G. Rischbieter e Hedwig Auguste Clasen) 1887 – 1974);
- Rodolph Erich von Altrock (Filho de Adolph von Altrock e Emma Richter) 1882-1917;
- Friedrich Carl Theodor Rabe (Filho de Friedrich Rabe e de Marie Luise Emma Seide) 1888-1939;
- Julius Baumgarten (seu pai fundou Blumenauer Zeitung – Julius se casou com a filha de Gottlieb Reif) (Filho de Hermann Baumgarten e Marie Gisela Deeke) 1888-1949;
- José da Cunha Silveira (Filho de Francisco da Cunha Silveira e de Cecilia) 1889 – ;
- Heinrich Josef Metzger (Filho de Hermann Metzger e Anna Vogel) 1889 – 1940;
- Otto Wilhelm Albert Lüders (Filho de Christian Wilhelm Lüders e de Charlotte Christiane Johanna Schwanz) 1884 – 1955;
- Germano Lüders;
- Adolfo Schultz (Filho de Germano Shultz e Emília) 1884 – 1954;
- João Pacheco (Filho do guarda-fios Antonio Pacheco) ;
- Julius Richard Strobel (Filho de Otto Strobel e Auguste Kurth) 1888-1921;
- Germano Hönnicke;
- Paul August Rudolf Damm – Rudolf Damm (Jornalista – Fundador e 1° Secretário do Coro Masculino Liederkranz) (Filho de Rudolf Damm) 1958-1915;
- Manoel Leão do Anjos;
- Rodolf Günther;
- Franz Wehmuth (Filho de Otto Ludwig Wilhelm Wehmuth e de Berta Schreiber) 1889-1941;
- Hellmuth Gropp (Filho de Emil Rudoph Julius Gropp e de Anna Jenichen) 1887 – 1941;
- Leopold Mamke;
- Ludwig Rudolph Richard August Mahnke (Filho de Ludwig Mahnke e de Auguste Herbst) 1889-1976;
- Joao Brückheimer;
- Felix Luiz Riedel (Filho de Otto Hugo Friedrich Riedel e de Anna Hesse – filha do Pastor Oswald Hesse e Wanda Papke) 1890-1958;
- Heinrich Julius Christian Lüders (Filho de Johann Christian Heinrich Lüders e de Bertha Friederike Emilie Schwanz) 1888-1968;
* Karl F. G. Rischbieter construiu a Casa onde sobre a qual escrevemos em um episódio passado e atualmente é onde está instalado o Norden.
O grupo, de acordo com a publicação do Blumenau em Cadernos – T4 – N°3 – 1961, teve grande importância mediante a adaptação dos imigrantes chegados à região.
Um Registro para a História.
Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
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Em breve – Estaremos lançando o livro: “Fragmentos Históricos – Colônia Blumenau” – inspirado nos artigos desta coluna. Aguardem.
