O governador Carlos Moisés está cada vez mais pressionado para que permita a abertura de todo o comércio em Santa Catarina. O Ministério Público Federal colocou uma faca no peito de todos os governadores quando informou que eles só poderão permitir a liberação do comércio, parcial ou totalmente, se derem a garantia de que o sistema de saúde pública esteja estruturado para atender ao pico da demanda e tudo tem que estar embasado pelos relatórios técnicos da OMS e das projeções das secretarias de saúde de cada estado.
Caso a permissão de funcionamento do comércio seja feita sem essas garantias, os governadores podem ser responsabilizados pela infração, que tem como pena a perda do mandato, perda dos direitos políticos além de multa.
Mas por outro lado, o governador também está sendo pressionados pelas associações empresariais, por parte da sociedade e principalmente pelos deputados estaduais, que recebem diariamente as reivindicações de pequenos empresários que dizem não ter mais como segurar o pagamento dos custos de suas empresas com as portas fechadas.
Deputados como Ivan Naatz (PL), Ricardo Alba (PSL), João Amin (PP) e Milton Hobus (PSD) já publicaram áudios e vídeos discordando do Governador Moisés sobre a extensão da quarentena, principalmente para algumas categorias que não poderão abrir até o fim de maio.
Ismael dos Santos engorda o coro
E no sábado, 11, foi a vez do deputado estadual Ismael dos Santos (PSD) publicar um vídeo em suas redes sociais solicitando a divulgação dos dados técnicos que embasem o fechamento do comércio até 31 de maio. Ele diz que nos estudos publicados na semana passada, Santa Catarina é um dos estados menos transparentes nas informações do coronavírus e sugere que a decisão do que deve abrir ou fechar seja dado aos prefeitos.
Ismael se diz preocupado com as demissões e fechamento de pequenos comércios por todo o estado e quer do governador “racionalidade e não radicalismo”
Terminou seu vídeo dizendo que as lideranças religiosas catarinenses desejam ser ouvidas, porque, segundo Ismael dos Santos, “esse segmento representa milhares de catarinenses e precisa ser respeitado pelo governador, eleito para governar para todos”.
Entre a cruz e a espada, Carlos Moisés não parece querer voltar atrás da sua decisão e deve continuar recebendo os contra ataques vindos da Assembléia, como a prorrogação por três meses do pagamento do ICMS, a suspensão do corte de água e luz e parcelamento de contas atrasadas, atingindo em cheio os caixas da Casan e Celesc, e a suspensão do prazo de processos, renovações de licenças e a flexibilização de empréstimos junto ao Badesc.
O que pode surgir pela frente é a proposta do deputado Jessé Lopes (PSL), que no dia 7 deste mês foi aprovada na CCJ da Alesc para que os decretos do governador Carlos Moisés, que impões o isolamento social, sejam sustados e que essa decisão vá para as mãos dos prefeitos. O Governo do Estado tinha 10 dias para enviar a sua defesa, que pode ser aceito ou não, cabendo ao plenário a decisão final.
Veja o vídeo do Deputado Ismael dos Santos (PSD)
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