Depois de falarmos tanto dos problemas do Governo de Carlos Moisés, um assunto local acabou quase caindo no esquecimento. O jornal O Município Blumenau publicou matéria no dia 28 de fevereiro sobre o caso do contrato da Prefeitura de Blumenau com a Blumob, assinado pelo ex-prefeito Napoleão Bernardes no ano de 2017.
A matéria mostra que, naquele ano, o vereador Gilson de Souza (Patriotas) protocolou um pedido de informações junto ao Seterb sobre a mudança da cor dos ônibus de branco para prata, que não ocorreu no prazo estipulado pelo contrato, mesmo o valor da pintura fazendo parte da composição do preço da tarifa.
Na época o Seterb respondeu dizendo que “o valor era irrisório e que não tinha o porquê pintar os ônibus brancos se eles iriam ser trocados”. Então o vereador tentou instaurar uma CPI para investigar essa licitação, mas ela não foi aceita pelo plenário. Com isso, Professor Gilson protocolou uma denúncia no Ministério Público com os elementos e argumentos que julgou apontar improbidades.
Agora, em 2020, o Ministério Público instaurou um inquérito civil para investigar a atual administração sobre possíveis irregularidades relacionadas ao caso.
Desde a época do Siga
Mas mesmo antes da Prefeitura de Blumenau assinar o contrato com a Blumob, ocorreu muitas situações com o antigo consórcio Siga, concessionária que explorava o transporte público no município.
Em maio deste ano, o promotor Thiago Ferla, da 14ª Promotoria de Justiça da comarca de Blumenau, determinou abertura de ação judicial para apurar suposto crime de responsabilidade cometida pelo ex-prefeito Napoleão Bernardes (hoje no PSD).
A denúncia desse caso foi feita pelo então vereador Ivan Naatz (quando ainda estava no PDT), hoje deputado estadual pelo PL, que questionou os repasses de R$ 286 mil e R$ 90 mil feitos pelo governo Napoleão. Segundo o promotor, o repasse foi feito sem fonte de origem, ou seja, a prefeitura não disse de onde vieram esses valores.
No seu despacho, Ferla diz que “os elementos colhidos nos autos demonstram a existência de improbidade administrativa na realização das transferências financeiras”.
Com tudo isso que ocorreu na atual gestão, não dá para esquecer que Mário Hildebrandt (Podemos) era o vice-prefeito na época, e esse pode ser apenas um dos esqueletos deixados por Napoleão Bernardes que vão ser colocados na mesa de discussão das eleições de 2020.
Obviamente que o coronavírus não conseguiu fazer com que os adversários do prefeito Mário e de alguns vereadores da atual legislatura esquecessem os últimos quatro anos e muito provavelmente a calmaria de hoje na política blumenauense deva dar lugar a um período onde muita gente vai querer saber de muita coisa que ainda não foi dita.