Como o jornal O Município Blumenau noticiou na segunda-feira, 7, o partido Democratas de Blumenau decidiu, por eleição direta, que fará parte da oposição ao governo de Mário Hildebrandt (Podemos), não permitindo que filiados do partido ocupem cargos de qualquer escalão da administração municipal.

Essa decisão colocou os secretários Carlos Olímpio Menestrina, da Defesa Civil, Rodrigo Jensen, da Procuradoria Geral do Município e Moris Kohl, que é secretário de Desenvolvimento Econômico, numa situação de terem que escolher entre o DEM ou a continuação nos seus cargos, caso o prefeito Mário queira contar com eles a partir do ano que vem.

Tanto Walfredo Balistieri, presidente municipal, quanto João Paulo Kleinubing, que é o presidente estadual do Democratas, querem reafirmar, como já vinham fazendo durante a campanha, que não são iguais a atual administração, apesar de Mário Hildebrandt ter iniciado sua carreira política justamente na administração do então prefeito JPK.

João Paulo afirma que o partido não concorda com vários pontos do governo de Hildebrandt. Os exemplos são a construção da ponte do Centro, da ligação Velha/Garcia, e principalmente no tratamento que a prefeitura dá para o planejamento viário da cidade e para a falta de visão na mobilidade urbana.

Outra crítica feita à administração municipal foi com relação à “burocracia em demasia”, que tem como resultado a saída de muitas empresas de Blumenau. Durante as eleições, Mário Hildebrandt deu como exemplo de empresas que se instalaram em Blumenau o Serasa Experian, que apesar de já ter escritório na cidade, aumentou o seu quadro de funcionários, e os novos Supermercados que instalaram novas lojas na região norte da cidade.

O fato é que toda essa movimentação já tem em vista a presidência da Câmara de Vereadores de Blumenau, que inicia a nova legislatura em 2021. Esse deve ser o primeiro round de uma disputa que vai se arrastar até 2022, nas eleições estaduais e nacionais.

Se eu fosse fazer hoje uma divisão dos vereadores de situação e oposição, eu acredito que a Câmara de Blumenau ficaria da seguinte forma: os 6 vereadores da situação seriam Cristiane Loureito e Marcelo Lanzarin, do Podemos, Maurício Goll e Alexandre Matias, do PSDB, Jovino Cardoso (Solidariedade) e Egidio Beckhauser (Republicanos).

Já os 7 vereadores de oposição seriam Marcos da Rosa (DEM), Silmara Silva Miguel (PSD), Bruno Cunha (Cidadania), Professor Gilson (Patriota), Adriano Pereira (PT), Alemão da Alumetal (PSL) e Almir Vieira (PP). A incógnita ficaria por conta de Ito de Souza (PL) e Emmanuel Tuca de Santos (Novo), que precisam decidir internamente nos seus partidos o que poderão fazer com relação à administração municipal.

Ito, se for coerente com o atual mandato, permanece muito mais com a oposição do que com a situação, apesar de Naatz ter se aproximado muito do governo Mário. Já Emmanuel Tuca de Santos ficará numa sinuca de bico, pois seu voto poderá ser aquele que vai definir qual dos dois lados assume o comando do legislativo blumenauense nos próximos dois anos.

Mas essa oposição também não me parece muito coesa e precisará de muita conversa para fecharem um acordo em torno de quatro nomes que fariam parte da mesa diretora, em especial a presidência da casa.

Leia abaixo o que João Paulo Kleinubing (DEM) publicou na sua rede social depois da reunião do seu partido.

Hoje estive reunido com o diretório municipal do DEM de Blumenau. Aproveitei a reunião para agradecer a todos os amigos do partido que estiveram junto conosco na caminhada eleitoral, em especial nossos candidatos e candidatas a vereador. Aprovamos também resolução interna que o DEM não participará do governo Mário Hildebrandt e Maria Regina Soar.

Estamos de maneira clara e transparente demonstrando à sociedade que não somos todos iguais. Não concordamos com vários pontos do governo Mário. Por isso nos apresentamos com candidatura própria e é seguindo essa coerência que vamos em frente. Apoiando aquilo que for bom, fiscalizando e apontando aquilo que não concordamos, como a falta de planejamento e de ações a longo prazo, as obras que muitas vezes são apenas um puxadinho, a burocracia em demasia que faz com que muitas empresas estejam indo embora da cidade, a falta de um novo modelo de transporte coletivo.


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