Das Kino - Um olhar crítico sobre o cinema

Jéssica Frazão é doutoranda na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP) e escreve sobre cinema, artes e produção audiovisual.

Sobre o medo, o nefasto e o horrendo no cinema de terror

Há mais de um ano, estamos vivenciando dias difíceis, perversos, tristes e fúnebres por conta da pandemia. Com esse cenário caótico, sempre me lembro da frase do saudoso José Mojica Marins. Na incerteza da continuidade da vida, Zé do Caixão diria que “Terror é não saber o amanhã”.  

Há quem diga que os filmes de terror foram de algum modo ressignificados. Tornando-se mais leves e tranquilos de assistir se comparados com a realidade, muito mais macabra. Essa possibilidade de criar novos significados com base nos filmes que assistimos é algo bem natural para os espectadores, que tendem a estabelecer uma posição mais ativa com a obra.  

Em se tratando de Brasil, já comentei aqui na coluna Das Kino sobre a qualidade dos nossos filmes de terror nacionais. Estes filmes deveriam ser mais conhecidos pelo público brasileiro, uma vez eles trazem muita identificação. Em favor de características nacionais e regionais nos enredos, eles evitam a simples repetição e reutilização de normas do que geralmente se espera.  

O gênero do terror, bastante diversificado e mutável, é rico em fazer essas aproximações com a realidade. Não como um espelho, mas como uma possibilidade de leitura criativa do contexto social, político e cultural dessa realidade. Revelando muito dos nossos medos e fobias sociais. Esse medo tem a ver tanto com as nossas experiências individuais, quanto com as experiências coletivas, que são voltadas a uma categorização cultural construída socialmente 

Você conhece e assiste filmes de terror? Quer saber onde encontrá-los e acompanhar mais sobre essas discussões envolvendo esse gênero que costuma cair na dicotomia entre o amor e o ódio? Te indico a formação “Cinema de terror” ocorrida na última semana. O projeto é viabilizado pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc (Lei nº 14.017/2020), na cidade de Blumenau. A formadora Rafaela Barbieri, doutoranda em História pela UFSC, comentou sobre vários filmes. Pensando também o debate voltado para a definição do terror no cinema. Imperdível.


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