FOTOS – Aldeia indígena às margens de Via Expressa em Blumenau cobra estrutura do município

Estimativa é que quase uma centena de pessoas esteja no local

Mais de meio ano após a intervenção do Ministério Público Federal (MPF), a situação de moradia de indígenas alocados em Blumenau ainda não foi solucionada. Atualmente, quase uma centena de pessoas está acampada às margens do acesso da Via Expressa, ao lado da rodoviária.

Cleber Buzatto/Especial O Município Blumenau

Nessa segunda-feira, 19, uma equipe da Prefeitura de Blumenau esteve no local para conversar com as lideranças indígenas. Apesar de apenas quatro famílias morarem no local definitivamente, outras duas dezenas estão no local por conta do período de veraneio.

O casal Roseli e Lili, que teve a moradia derrubada em maio deste ano, é uma das que segue morando de forma definitiva no local. Entretanto, em situações muito mais precárias do que viveram por duas décadas.

Casa que teria sido derrubada pela prefeitura. | Foto: Arquivo pessoal
Moradia atual do casal. | Foto: Cleber Buzatto/Especial O Município Blumenau

Atualmente, os grupos se reúnem em tendas de lona, que pouco protegem as famílias das chuvas que assolam o Médio Vale nos últimos dias. Além disso, eles não têm acesso à energia elétrica ou água tratada, reivindicações repassadas ao poder público. Entre eles, há idosos e crianças.

“Eles estão sem luz, banheiro ou chuveiro. Segundo as lideranças, até um tempinho atrás havia duas torneiras públicas próximo à rodoviária, mas que teriam sido retiradas. A prefeitura precisa atender eles urgentemente”, ressalta Cleber Buzatto, advogado do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) que acompanha o caso.

Cleber Buzatto/Especial O Município Blumenau

Demandas do grupo

Em uma reunião realizada com a prefeitura na segunda-feira, as lideranças indígenas registraram que a principal reivindicação é que a moradia do grupo seja respeitada. Porém, necessitando de infraestrutura municipal.

Cleber Buzatto/Especial O Município Blumenau

A Assistência Social, em ata, se comprometeu a levar as demandas à Celesc, Defesa Civil e Samae. São elas:

  1. Destinação do terreno localizado nas proximidades da Rodoviária no município de Blumenau, na direção do supermercado Fort, para a permanência da Aldeia Urbana Rã Jur (Sol do Amanhecer);
  2. Construção de equipamentos públicos afim de acolher com dignidade humanas famílias indígenas que se deslocam temporariamente para o município de Blumenau para comercialização de artesanato;

Ao Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto:

  1. Instalação emergencial de água encanada; 
  2. Instalação emergencial de banheiros químicos;
  3. Instalação emergencial de chuveiros;
  4. Limpeza diária dos banheiros químicos.

À Defesa Civil:

  1. Fornecimento emergencial de lonas e outros materiais para melhoria nas residências das famílias residentes de forma permanente e temporária na Aldeia Rã Jur (Sol do Amanhecer)

Ao Ministério Público Federal:

  1. Apoio na apresentação de requerimentos junto aos órgãos públicos acima citados para que acolham e atendam as demandas apresentadas

Em tempo, que a Prefeitura Municipal de Blumenau institua a Feira do Artesanato Indígena na cidade, em diálogo com as famílias da Aldeia Rã Jur, sem prejuízo a outras formas de venda de artesanato indígena no município.

Posição da prefeitura

Em resposta à reportagem, a prefeitura não disse se cumprirá com alguma das demandas. Apenas ressaltou que esteve no local na segunda para doar roupas após as chuvas. Cestas básicas também foram entregues nas semanas anteriores.

“A Abordagem social também está acompanhando a situação e prestando orientações.  Alguns inclusive já estão pedindo ao Cras passagem para voltar para Chapecó. Para os indígenas que precisarem de cuidados relacionados à saúde, a Secretaria de Promoção da Saúde (Semus), por meio da Coordenação de Atenção Básica, informa que todos podem procurar qualquer Estratégia Saúde da Família (ESF) ou Ambulatório Geral da Família (AGF) que os colaboradores farão o acolhimento e o atendimento, inclusive aos indígenas sem documentos”, concluiu a nota.

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