“Transformar dor em esperança”: o depoimento emocionante de famílias de vítimas do atentado à creche de Blumenau após um ano

Famílias contam como vem sendo se reerguer após a tragédia que chocou o país

A tragédia que assolou Blumenau em 5 de abril de 2023, há exatamente um ano, no CEI Cantinho Bom Pastor, deixou marcas profundas na comunidade, especialmente nas famílias das quatro crianças mortas e das cinco que ficaram feridas.

Entre as tragédias que serão lembradas daquele dia, as histórias de superação e recomeço se destacam como exemplos de resiliência e esperança.

Jennifer e Paulo Pabst, pais de Bernardo Pabst, uma das vítimas fatais do atentado, têm tentado um recomeço, em meio à dor, e buscam construir um futuro de esperança que daria orgulho ao filho.

“É uma dor que nunca imaginamos sentir, uma ferida que nunca cicatriza completamente. Mas aprendemos a transformar essa dor em força, em amor, em inspiração para continuar”, ressalta Jennifer.

Paulo e Jennifer Pabst. Foto: Marlos Glatz/O Município Blumenau

Apaixonado por dinossauros, super-heróis e principalmente o Homem-Aranha, Bernardo era uma criança que amava pular e brincar. Os pais guardam na memória os momentos com a criança. “Ele conseguia dividir o amor e a atenção para todas as pessoas”, recorda Paulo.

O casal também relembra que o sonho de Bê, como é carinhosamente chamado pelos pais, era ser o herói das pessoas ao seu redor. “Todos os dias de manhã, nós três nos abraçávamos em família e, quando terminávamos o abraço e o beijo, dizíamos o quanto um era importante para o outro antes de sair de casa. E então, ele dizia: ‘Vamos salvar o dia‘”, diz Jennifer emocionada.

Marlos Glatz/O Município Blumenau

“Sempre nos demos muito bem como casal, e o Bernardo seguia na mesma linha”, recorda. “Ele foi criado com muito ‘eu te amo’, com a educação do bom dia, boa tarde, boa noite.” A ausência de Bernardo deixa um vazio na casa da família, mas as memórias não serão esquecidas. 

“Queríamos ter a oportunidade de colocar nosso filho na cama, de ter a casa cheia de brinquedos espalhados pelo chão. Às vezes reclamamos disso, mas é porque queremos manter a casa em ordem. Agora, imagine nós dois aqui, o silêncio que é. Ele [Bernardo] adorava o Homem-Aranha, então saía carregando o brinquedo de ponta a ponta. Hoje na nossa casa falta Bernardo, falta vida, falta sentido, som, cantoria”, relembra Jennifer.

Brinquedos do Bernardo. Foto: Marlos Glatz/O Município Blumenau

Após o atentado e o velório de Bernardo, o casal morou por três meses na casa da mãe de Jennifer, pois não conseguiam entrar, naquele momento, no apartamento onde residem.

Durante este tempo, Jennifer e Paulo se viram diante de uma encruzilhada emocional. “A gente tinha dois caminhos. Ou a gente se entregava, que é muito fácil, porque é uma dor muito forte. Quando você perde um filho, perde a razão de viver”, compartilha Jennifer.

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No entanto, mesmo em meio à tristeza que a perda de Bernardo trouxe, eles optaram por buscar uma forma de ‘sobreviver’. Foi aí que surgiu o projeto ‘Vamos Salvar o Dia’.

Desde o trágico dia 5 de abril de 2023, o casal tem se dedicado ao ativismo em prol da segurança nas escolas e ao projeto ‘Vamos Salvar o Dia’.

O projeto, criado com a frase que Bernardo dizia, nasceu inicialmente para buscar por mais leis rígidas, mas hoje em dia principalmente busca transformar a dor em ação, promovendo e conscientizando sobre não terceirizar o amor com os filhos e o cuidado familiar.

Primeira logo do projeto. Foto: Marlos Glatz/O Município Blumenau

Para Jennifer e Paulo, é uma maneira de honrar a memória do filho e de oferecer esperança e orientação a outras famílias. “Nosso objetivo com o projeto é transformar a dor em esperança, a tragédia em oportunidade de mudança”, compartilha Jennifer.

A mãe de Bernardo também ressalta que o que a faz levantar da cama todos os dias é o projeto. “Hoje o que nos move é o ‘Vamos Salvar o Dia’.”

Atualmente, quem participa do projeto são Jennifer, Paulo, Regina Maia Toldo, a psicóloga Deise Luzani e a jornalista Franciele Cardoso. Os integrantes têm realizado palestras em diversos locais, incluindo centros terapêuticos, empresas, creches e escolas.

Paulo, Jennifer, Regina e Deise. Foto: Vamos Salvar o Dia/Divulgação

Jennifer enfatiza a relevância de olhar para os filhos com amor, acolhimento e entendimento, destacando que muitas crianças se sentem órfãs emocionalmente, mesmo tendo pais vivos. As palestras do projeto visam despertar os pais para a necessidade de estarem mais presentes na vida dos filhos.

Além das palestras, o projeto também promove encontros de apoio para pais e mães enlutados, onde profissionais como terapeutas e psicólogos oferecem suporte emocional e acolhimento. Paulo destaca a importância desses encontros ao abordar a saudade que sente da convivência com Bernardo, ressaltando que o amor, a atenção e a presença são fundamentais na relação entre pais e filhos.

Para além da intenção do projeto, para Regina o ‘Vamos Salvar o Dia’ também se transformou em um dos motivos que a fazem levantar todos os dias. A mãe de Larissa Maia Toldo, uma das vítimas do atentado, prometeu a si mesma que não deixaria a memória da filha ser esquecida e transformaria isso em sua força para continuar lutando.

Iáscara Zultanski/O Município Blumenau

Segundo a mãe, Larissa, aos seus 7 aninhos, era uma criança muito esperta e carinhosa. Fã de Ana Castela, Zé Vaqueiro e Luccas Neto, sempre estava cantando, dançando e gravando vídeos pelos lugares da casa onde moravam. 

O maior sonho da pequena era ser professora, e por conta disso, logo que chegava da escola, adorava organizar as bonecas em roda e ensinar várias coisas para suas “filhas”. Além disso, ela era uma criança muito humilde, conforme a mãe, em datas comemorativas, sempre juntava roupas e brinquedos que não usava e pedia para a mãe doar para quem mais precisava.

Sonho de Larissa era ser professora. Foto: Iáscara Zultanski/O Município Blumenau

“A coisa que ela mais gostava de assistir era Chiquititas, e isso lembrava minha infância; então a gente sempre assistia juntas e eu ficava comentando com ela como era na minha época. Ela era muito alegre, tinha muitos amigos, ela era muito especial, sempre fazia tudo com muito amor e alegria. É difícil falar, até hoje me emociono lembrando como a casa era cheia de vida”, conta Regina com os olhos marejados.

Mesmo que os pais fossem separados, Larissa nunca deixou de ser amada pelas duas famílias. Regina conta que a pequena havia sido planejada e era um sonho. A separação veio quando ela tinha quatro anos, e desde então o assunto sempre era conversado para que, conforme a mãe, a pequena entendesse o que estava acontecendo e não tivesse nenhum trauma durante o processo. 

A mãe conta que mesmo com toda a situação, ela e o pai da Larissa sempre mantiveram uma relação de amizade, e que a pequena passava bastante tempo com o pai. Inclusive, após um tempo, ele casou novamente, e a relação de Lari com a madrasta, era ótima, e conforme Regina, as duas eram muito carinhosas e queridas uma com a outra, o que só melhorou a relação da família. 

“Eles sempre passavam um tempo com ela, nos feriados a gente revezava com quem ficava. Quando tudo aconteceu, fiz questão de agradecer os dois, eles cuidavam muito dela, amavam muito ela. Nunca brigamos e o bem-estar da Lari sempre esteve em primeiro lugar para mim, então ter conversado com ela sobre nossa relação, e saber que eles se importam com ela tanto quanto eu, sempre foi essencial para mim”, explica. 

No dia anterior ao atentado, Larissa havia passado o dia com o pai, já que ele estava de folga. “Eles tiveram esse momento juntos antes de tudo, e durante a noite ela ficou comigo, no dia seguinte, ela foi para escola e tudo aconteceu. Nunca imaginamos que aqueles momentos seriam de uma despedida”.

A mãe conta que viveu intensamente com a filha, e que as duas eram sempre muito carinhosas uma com a outra, com “eu te amos” e beijinhos todos os dias, além de muita música, barulho e brincadeiras pela casa.

Regina explica que não consegue falar sobre o dia 5 de abril de 2023, mesmo um ano depois, já que é um assunto muito doloroso e fica muito emocionada. Contudo, após processar tudo o que aconteceu e começar a participar do projeto ‘Vamos Salvar o Dia’, ela percebeu que falar sobre Larissa e conscientizar as pessoas, era uma maneira de manter a memória da filha viva, que ela nunca seja esquecida, além de conscientizar outras famílias sobre “não terceirizar o amor”.

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Iáscara Zultanski/O Município Blumenau

Como se aproximou do projeto, a mãe desenvolveu uma amizade muito grande com Jennifer e Paulo, e juntos, os amigos se apoiam nesse momento difícil. Além disso, junto com o projeto, já foram para Brasília e sempre estão lutando para que casos como esse não aconteçam mais, e também por mais leis de proteção.

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Vamos Salvar o Dia/Divulgação

“Quando você perde um filho, a vida não tem mais sentido, levantar da cama é difícil. Depois de participar de uma palestra do projeto, eu senti que era o momento para eu começar me reerguer, que eu estava pronta para falar sobre isso. Para mim, isso é uma forma de honrar a missão deles aqui na terra. Agora nós temos um propósito a seguir, por eles, e pelas crianças que estão vivas”, conta.

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Iáscara Zultanski/O Município Blumenau

Regina guarda na memória as aventuras que viveu com Larissa, e junto com o projeto quer honrar a vida da filha, além de conscientizar outras famílias para aproveitar o tempo que tiverem com os filhos.  

“Ainda mantenho algumas bonecas da Lari, mas outras coisas eu doei. Uma delas inclusive está com a melhor amiguinha dela, como um presente de conforto também. O pai dela teve outra filhinha, que está com quatro meses agora, sei que a Lari ia amar ser irmã mais velha, ela sempre quis ter uma família grande. Sei que onde ela estiver, ela está bem, sei que ela está conosco todos os dias e é nela que eu me inspiro, é dessa vontade de manter a memória dela viva, que eu busco forças todos os dias, para levantar. Amo lembrar de todo o amor que a gente viveu juntas. Nunca vou deixar que esqueçam dela”, finaliza.

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Algumas das bonecas da Larissa. Foto: Iáscara Zultanski/O Município Blumenau

Marineusa Farias e Douglas de Oliveira estavam na primeira viatura do Samu que chegou no CEI Cantinho Bom Pastor no dia 5 de abril de 2023. Os colegas de trabalho estavam tomando café próximo à escola quando receberam o chamado, e mesmo um ano depois lembram da sensação esquisita de não acreditarem que aquela ocorrência era real.

Mari e Douglas brincando com o pequeno Davi. Foto: Marlos Glatz/O Município Blumenau

Segundo a dupla, que já trabalhava junto há muito tempo, ter um ao outro naquele momento, foi muito importante, já que um conseguiu prestar apoio ao outro após o primeiro choque de ver a situação. Mari e Douglas contam que o atendimento no Cantinho marcou a vida deles para sempre.

“Enquanto íamos para o local, não conseguíamos entender, para nós não era concebível que isso tivesse acontecido. Quando chegamos, já entramos porque não sabíamos qual era a gravidade de tudo. Fiquei em estado de choque, não conseguia me mexer, então ter o Douglas ali me ajudou, manteve meus pés no chão para conseguir lidar com a situação e atender quem precisava”, conta Mari.

Foi durante o atendimento, que a dupla encontrou Davi Ambrosio, um dos meninos que havia ficado gravemente ferido durante o ataque. Ele estava agitado e com medo, mas com calma, os dois conseguiram cuidar de Davi e encaminhá-lo ao Hospital Santo Antônio.

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Iáscara Zultanski/O Município Blumenau

Conforme Douglas, assim que encontraram o Davi, já correram para a ambulância. Como o pequeno estava agitado, Douglas, que também é pai, deitou na maca junto com o pequeno, e colocou um episódio de Patrulha Canina, para distração.

“Quando peguei o Davi no colo, acolhi ele, se tentassem tirar ele dali, não iam conseguir por nada. Nos tornamos leões, uma armadura dele, a gente protegeria ele de qualquer coisa que acontecesse”, conta Douglas.

Após o atendimento, Mari, Douglas e a família do Davi se tornaram muito próximos, criando uma relação de amizade, após a dupla ter salvado a vida do pequeno. A amizade é cheia de gratidão, e para a dupla é uma honra poder ver Davi crescer saudável e bem, mesmo depois do que passou.  

“A cada atendimento a gente absorve tudo o que aconteceu. Tem um pedacinho de cada um deles em mim, tem um pedacinho do Davi que vai continuar comigo para sempre. Vai passar 10, 15, 20 anos, ele vai estar adulto, adolescente, e se ele dizer ‘Tio Douglas, preciso de ajuda’, eu vou ir e ajudar. A gente treina, se qualifica, faz cursos, mas nunca espera uma situação dessas. Ver ele bem, brincando agora, só restam sentimentos bons, de gratidão”, conta Douglas. 

O atendimento foi tão marcante, que Mari, inclusive, decidiu que entraria para Medicina, para poder ajudar ainda mais famílias e salvar ainda mais pessoas. Agora, ela está no primeiro semestre e com muitos sonhos a conquistar. 

“É muito bom ter esse contato com a família depois de tudo que aconteceu. A gente nunca espera gratidão ou reconhecimento, estamos fazendo nosso trabalho, mas ver que a família quer manter contato, mostrar que aquele nosso atendimento deu bons frutos, é muito gratificante, a gente fica bem”, finaliza Mari.

Juliane Menin Ambrosio estava saindo de uma reunião quando descobriu, por meio de uma ligação do companheiro Felipe, tudo que havia acontecido. Ela, e o filho mais velho, Arthur, contam que até encontrar Davi, todos os cenários possíveis haviam passado pela cabeça, mas que hoje, são muito gratos pelo pequeno estar bem e saudável.

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Pais, irmão e o cão ‘Limpinho’ ao lado de Davi. Foto: Marlos Glatz/O Município Blumenau

Fã de quebra-cabeças e sempre grudado com seu patinho de pelúcia, Davi é uma criança muito carinhosa, e mesmo após tudo que aconteceu, a família decidiu que o pequeno seguiria estudando no CEI Cantinho Bom Pastor. 

“Mudamos o Arthur várias vezes de escola, e vimos como foi difícil a adaptação, não queríamos que o Davi sofresse ainda mais depois do que aconteceu, ele estava muito sensibilizado, mas também já estava acostumado com as professoras e com o local, então decidimos que seria melhor para ele continuar lá. Além disso, depois do atentado, a escola fez várias ações, como colônia de férias, reformas e conversas com psicólogos, que passaram mais segurança para nós como pais e isso ajudou muito nessa decisão”, conta Juliane. 

Assim como as outras famílias, para os pais de Davi falar sobre o dia do atentado ainda é muito difícil, por ser muito doloroso. Contudo, durante o último ano, a família procurou ajuda profissional para saber como lidar da melhor forma sobre a situação, assim como deixou que o pequeno processasse as coisas no próprio tempo, sem forçar nada. Agora, o que resta é apenas uma “estradinha” no pescoço, como Davi brinca, onde o machucado foi feito. 

Relembre: FOTOS – Menino que sobreviveu a atentado na creche faz visita para agradecer hospital de Blumenau

Após o acontecimento, Davi e a família visitaram o Hospital Santo Antônio e o Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar e do Samu, para rever e agradecer todo mundo que ajudou na operação. Os pais contam que a recepção de todos e a reação de Davi foi ótima, e isso também ajudou na forma de como passar pelos momentos difíceis com mais leveza.

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Júlia Laurindo/Hospital Santo Antônio

“É impossível não ficar revivendo aquele dia, mesmo que machuque, mas temos que seguir com a vida, né? Ficar lembrando só vai machucar mais, então evitamos. O anjinho do Davi é muito forte, somos muito gratos pela vida dele agora. Douglas e Mari foram muito importantes para isso, então temos muita gratidão por eles”, conta Felipe.

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Marlos Glatz/O Município Blumenau

Após o atentado, a família também mudou a forma como pensa. Agora, procuram aproveitar mais as pequenas coisas do dia a dia e o tempo que passam juntos. ”É meio clichê, mas ser pai é curtir os filhos, às vezes entramos na rotina e acabamos perdendo algumas coisas, então agora a gente tenta aproveitar ao máximo nossos dois pequenos”, finalizam.

Fábio e Angela Santos, pais de Samuel, uma das crianças que ficaram feridas no atentado, contam que enfrentaram algumas dificuldades, desde que tudo aconteceu. Conforme os pais, Samuel é um menino muito criativo, inteligente e que gosta de brincar principalmente de Lego.

“Ele (Samuel) é o meu herói, é o meu heróizão, eu amo muito ele”, declara Fábio com emoção.

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Os pais Fábio e Angela e os filhos Sâmla e Samuel. Foto: Arquivo pessoal

Após o atentado, Samuel, de 6 anos, ficou quatro meses fora do CEI Cantinho Bom Pastor, período em que seus pais optaram por mantê-lo afastado. O pai explica as dificuldades ao tentar colocá-lo em outro ambiente escolar e como a decisão de que ele retornasse ao Cantinho foi influenciada pela falta de adaptação em outro local.

“Tiveram situações que fizeram com que ele voltasse para o Cantinho. Levamos ele para uma outra escola, uma ONG. Só que eles não sabiam lidar com a situação dele. Ele se escondia embaixo da mesa, se escondia embaixo das cadeiras. Ele estava traumatizado”, relata Fábio.

Por conta do trauma, o pequeno faz acompanhamento psicológico. No atentado, Samuel ficou com ferimentos no maxilar e teve uma perfuração no pescoço. Assim como Davi, ele também ficou internado no Hospital Santo Antônio.

Uma cirurgia maxilofacial precisou ser realizada por conta da fratura no maxilar de Samuel. Na época da cirurgia, o pequeno não podia comer diversos alimentos, então, os pais e a irmã Sâmla precisaram tomar alguns cuidados na hora das refeições.

Em janeiro, Samuel completou seis aninhos e decidiu que queria fazer sua festinha de aniversário no hospital. Ele distribuiu abraços, sorrisos e agradecimentos, entregando uma lembrancinha à equipe médica. “Ele nasceu de novo, então a gente fica muito grato ao Hospital Santo Antônio”, ressalta o pai.

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Larissa Machado/Hospital Santo Antônio

Relembre: Menino que sobreviveu a atentado na creche comemora aniversário com equipe médica de hospital em Blumenau

Os pais de Samuel também estão tentando marcar uma data para ir até o batalhão da Polícia Militar e agradecer os policiais. “O Samuel ama a polícia”.

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Arquivo pessoal

Confira outras matérias especiais sobre o caso:

Durante a manhã do dia 5 de abril de 2023, um homem de 25 anos entrou no CEI Cantinho Bom Pastor, localizado na rua Caçadores, bairro Velha, em Blumenau, e atacou crianças e funcionários. Em seguida, ele foi até o Batalhão da Polícia Militar para se entregar.

Confira: Administração da creche Cantinho Bom Pastor se posiciona sobre atentado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Jorginho Mello se pronunciaram na época, em relação ao crime.

Saiba mais: O que Mário Hildebrandt e Lula falaram durante assinatura de projeto de lei sobre segurança nas escolas

Após o crime no Cantinho, aulas em escolas e universidades foram suspensas em Blumenau e na região, para que medidas fossem tomadas e a segurança de todos fosse preservada.

Várias homenagens foram realizadas nos dias seguintes ao atentado no CEI Cantinho Bom Pastor. Relembre:

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Em forma de melhorar a segurança no CEI Cantinho, os pais organizaram um vaquinha para comprar materiais. Quando conseguiram arrecadar tudo que era necessário, a comunidade se juntou para reformar a escola.

No dia 6 de abril de 2023, todas as crianças que haviam ficado feridas, ganharam alta do hospital. No dia 17 de abril de 2023, cerca de 12 dias após o atentado, a escola reabriu para os alunos voltarem para o CEI Cantinho Bom Pastor, e se acostumarem calmamente com a volta ao espaço.

Saiba mais: Após reunião com autoridades, saiba o que mudará no CEI Cantinho Bom Pastor para volta das aulas

Em Blumenau, vários projetos foram criados para melhoria da segurança. Entre eles o protocolo Fugir, Esconder e Lutar (protocolo FEL), que orienta em como saber agir em casos de novos ataques, caso venham a acontecer. 

Além disso, o governo da cidade também criou um edital para contratar seguranças armados em 152 postos escolares. A empresa que venceu foi a Orcali Segurança. 

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